Grupo de conselheiros do Santa pede renúncia de Joaquim Bezerra; presidente rebate e prega união
De acordo com um dos membros, ideia é pressionar atual gestão a deixar o Executivo; caso contrário, será solicitado um pedido de impeachment
Um grupo de conselheiros do Santa Cruz se organizou para reunir assinaturas em torno de um pedido de renúncia do presidente do clube, Joaquim Bezerra, e do vice, André Frutuoso, eleitos no início deste ano para comandar o Executivo do Tricolor no triênio 2021-2023. De acordo com um dos membros, Rui Monteiro, a ideia é ter a aprovação de um terço dos conselheiros (120 tricolores) para conseguir o objetivo. Caso os atuais mandatários não aceitem a sugestão, o próximo passo seria buscar o impeachment.
"Estamos nos baseando no artigo 41 do novo estatuto, no parágrafo quinto, que fala de inadimplência de contribuição previdenciária e trabalhista. Alguns conselheiros reuniram informações com a 12ª Vara do Trabalho do Recife que provam essa falta de pagamento, podendo gerar a saída do presidente", informou Monteiro. "Se isso acontecer, Joaquim ficará 10 anos inelegível a qualquer cargo do clube. Por isso, acreditamos que, ao reunir as assinaturas, o Executivo se sentirá pressionado e vai optar por deixar o Santa. Já temos 50 assinaturas e até amanhã conseguiremos as 120", completou.
Ainda segundo o conselheiro, antigas lideranças dos clubes já iniciaram reuniões para analisar qual o melhor cenário em caso de saída de Joaquim Bezerra. "Temos várias correntes falando da formação de uma chapa de consenso para a próxima eleição. A ideia é tentar montar um novo grupo para ajudar o Santa Cruz ainda neste ano. É difícil, porque o time precisa de um aproveitamento de 60% para evitar o rebaixamento à Série D, mas podemos, com uma nova diretoria, trazer novos jogadores e salvar a temporada. O elenco atual é muito aquém tecnicamente para conseguir uma reviravolta", citou.
“Estou tranquilo”
Procurado pela Folha de Pernambuco, o presidente Joaquim Bezerra se mostrou tranquilo quanto ao risco de deixar o clube antes do fim do mandato. "Entramos no Santa para um trabalho de três anos e vamos ainda para o sexto mês. Não é por ter resultados ruins dentro de campo que a gestão não funciona. Respeitamos o pedido, mas cabe ao Conselho verificar a autenticidade e aplicabilidade. Estou completamente tranquilo", afirmou Joaquim.
Questionado sobre a acusação de inadimplência de contribuição previdenciária e trabalhista, Joaquim ressaltou que as dívidas não foram geradas na atual gestão. "Isso é coisa do grupo anterior. Por que, então, não pediram a saída deles? Estão querendo arrumar um motivo (para me tirar). Não desmontaram o palanque das eleições. Existem erros na gestão, mas só erra quem trabalha. Estou firme no meu propósito de ajudar o Santa Cruz. O momento é de união", cravou.