Praia de Piedade tem primeiro final de semana com veto ao banho de mar
O trecho da Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, onde ocorreram dois incidentes com tubarão em um intervalo de 15 dias, tem seu primeiro final de semana com proibição do banho de mar.
O veto abrange uma área de 2,2 quilômetros, que se estende da Igrejinha até o Barramares Hotel. Nesse trecho, já foram registrados 14 incidentes do tipo. A interdição é uma medida inédita da prefeitura do município e está em vigor desde a última terça-feira (27).
Neste domingo (1º), a movimentação no local foi tranquila, com as pessoas aproveitando apenas a área da praia, longe do mar. Apesar da restrição ao banho de mar, a caminhada e o comércio na faixa de areia permanecem liberados.
A Secretaria de Defesa Social do município garantiu a presença de 80 fiscais para orientar os banhistas sobre a proibição. As pessoas que se recusarem a sair do mar serão conduzidas pela Polícia Militar e podem responder por desacato policial.
No trecho de 2,2 quilômetros, foram instalados dez banheiros químicos e dez chuveiros, para atender a demanda do público que frequenta o local e evitar que as pessoas se arrisquem entrando no mar.
Essas instalações têm com base o contexto dos últimos ataques registrados. Segundo os relatos, ambas as vítimas foram para o mar para tirar areia do corpo ou urinar.
A decisão pela proibição foi tomada em uma reunião na sede da Secretaria de Defesa Social do Estado, na última segunda-feira (26), que resultou em um decreto publicado no Diário Oficial do município pela Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.
Na avaliação do engenheiro florestal Marcelo Duarte, de 40 anos, a proibição já devia ter sido imposta. “Eu frequento sempre esse ponto, acho que essa ação devia ter sido feita anos atrás Isso prejudica o comércio um pouco, mas não vejo problema em frequentar sem entrar no mar. A estrutura montada de banheiros e chuveiros é importante, ajuda quem vem”, disse.
Para a dona de casa Rayane Souza, de 29 anos, mesmo sem o banho de mar é possível aproveitar. “Eu acho certo. Já deveriam ter feito antes, pois as pessoas não respeitam. Eu sempre frequentei (a praia), mas nunca gostei de entrar (no mar) por ser perigoso, prefiro ficar na areia e aproveitar desta forma”, contou.
O barraqueiro Guilherme Augusto, de 42 anos, por sua vez, espera que um auxílio melhor seja repassado, já que o impacto no comércio está sendo sentido.
“Para o negócio atrapalha um pouco, mas é preciso porque existem pessoas teimosas em vários lugares. O auxílio não chega diretamente aos funcionários das barracas porque é um valor pequeno repassado para o dono da barraca”, afirmou.