PAPA FRANCISCO

Papa pede 'gestos concretos' para o Líbano

Um anos após explosão no porto de Beirute, país enfrenta grave crise econômica

Papa Francisco na audiência desta quarta (4) - Alberto PIZZOLI / AFP

O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (4), "gestos concretos" para o Líbano, durante sua primeira audiência geral após sua operação de cólon no início de julho.

O pedido do pontífice foi feito por ocasião do primeiro aniversário da devastadora explosão no porto de Beirute, que deixou 214 mortos e arrasou bairros inteiros da capital libanesa.

"Hoje lanço um apelo à comunidade internacional para pedir que ajude o Líbano a empreender um caminho de ressurreição, com gestos concretos, não apenas com palavras", afirmou Francisco no final de sua audiência geral.

"Espero que a conferência organizada pela França e pela ONU, que está em andamento (sobre ajuda humanitária ao Líbano), seja frutífera", acrescentou. 

A França organizou uma videoconferência para esta quarta-feira, com o objetivo de arrecadar 350 milhões de dólares para a emergência humanitária do Líbano.

Mediada pelo presidente Emmanuel Macron e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, conta com a participação de representantes de cerca de 40 países e organismos internacionais.

O papa, que permaneceu todo mês de julho no Vaticano, parecia em boa forma para a tradicional audiência das quartas-feiras, conforme imagens transmitidas pela AFP-TV.

Como de costume, os encontros das quarta-feiras com o papa são suspensos em julho, para uma temporada de descanso. Este ano, também coincidiu com sua convalescença. 

"Um ano depois da terrível explosão ocorrida no porto de Beirute, causando morte e destruição, meus pensamentos vão para esse querido país, especialmente para as vítimas, suas famílias, os inúmeros feridos e todos aqueles que perderam suas casas e seu trabalho. Muitas pessoas também perderam a ilusão de viver", disse ele. 
 

"Caros libaneses, meu grande desejo é ir visitá-los e rezo, sem cessar, por vocês, para que o Líbano volte a ser essa mensagem de fraternidade e de paz para todo Oriente Médio", concluiu o sumo pontífice. 

O caos no Líbano começou antes da explosão, com um país falido, que sofre com a escassez de remédios, combustível e água potável. Sua impopular classe política foi incapaz de chegar a um acordo sobre a formação de um governo, gerando uma situação de vácuo de poder.