Morre Wandenkolk Tinoco, arquiteto símbolo do modernismo

Arquiteto pernambucano projetou mais de 40 prédios com traços modernistas

Conhecido por ser símbolo do modernisno, o arquiteto Wandenkolk Tinoco faleceu aos 84 anos nesta quarta-feira (4), no Recife, por falência múltipla dos órgãos, em decorrência de complicações da Covid-19. O corpo será cremado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, nesta quinta-feira (5), às 14h.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE) lamentou nas redes sociais a perda do professor e mestre "que inspirou e ainda influenciará diversas gerações de profissionais em arquitetura e urbanismo", segundo um trecho da publicação da instituição no Instagram.

Wandenkolk foi graduado pela Faculdade de Belas-Artes do Recife, em 1958. Foi aluno de Delfim Amorim e Acácio Gil Borsoi. Depois, tornou-se assistente de ambos na mesma escola. Na década de 1070, seus projetos passaram a ser vistos com traços modernistas devidamente  alinhados ao contexto nordestino. Leia-se o verde dos quintais inseridos em meio ao concreto dos edifícios de traços retos. 

Ainda segundo a publicação do CAU-PE, são mais de 40 prédios projetos por ele. Entre eles, o Villa Mariana, localizado no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife. O projeto é conhecido popularmente como 'edifício quintal', por conseguir agregar valores típicos de uma casa dentro de um apartamento. Como ele mesmo dizia, a intenção era levar para essa estrutura alta a mesma atmosfera de quando o morador estava em uma casa no chão. Para isso, o conceito dos espaços ajardinados se fazia presente.

"Foi com Wandenkolk que minha turma deu os primeiros passos de nossa jornada na carreira que escolhemos seguir. E não poderia estar mais orgulhoso e honrado por ter tido esse privilégio. Afinal, como bem definiu Rubem Alves, 'de alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais. Penso que isso acontece com todos aqueles que nos ensinaram a ver a 'boa arquitetura', aquela que nos enche de orgulho, encantamento e esperança", resumiu seu aluno, o arquiteto e conselheiro Federal do CAU/BR por Pernambuco, Roberto Salomão.