Crítica

'O Esquadrão Suicida' atende às expectativas com sequência muito superior ao primeiro filme

Longa-metragem do diretor James Gunn, que estreia nesta quinta-feira (5), é ousado e anárquico

Filme "O Esquadrão Suicida" - Divulgação/Warner Bros

Há muitas expectativas depositadas em “O Esquadrão Suicida”, que estreia hoje nos cinemas brasileiros. A principal delas - compartilhada pelos fãs da DC e pela própria Warner - é de que o filme apague o fracasso retumbante de seu predecessor. A boa notícia é que o novo longa-metragem supera as mais otimistas previsões.



O filme de James Gunn é exatamente uma continuação do desastroso “Esquadrão Suicida”, lançado em 2016. O inventivo diretor e roteirista (que já negocia sua volta para a Marvel) conduziu um ousado reboot, guiado pelo trabalho realizado nos quadrinhos pela dupla John Ostrander e Luke McDonnell. O resultado é uma versão completamente nova e melhorada do grupo no cinema.

A premissa segue a mesma. Criminosos de alta periculosidade são recrutados pelo governo dos Estados Unidos, com a promessa de terem suas penas reduzidas. Para isso, eles precisam encarar uma missão extremamente perigosa na isolada ilha Corto Maltese. Após aplicar um golpe militar, o novo comando da fictícia nação latino-americana ameaça utilizar um misterioso experimento contra os norte-americanos.


Alguns personagens do filme anterior foram reciclados nesta nova produção. Viola Davis volta a interpretar Amanda Waller, a implacável recrutadora dos vilões. Joel Kinnaman e Margot Robbie também retomam, respectivamente, os papéis do coronel Rick Flag e da tresloucada Arlequina. Novos anti-heróis se unem ao grupo. Embora Idris Elba (Sanguinário) e John Cena (Pacificador) apareçam como líderes da trupe, há bastante espaço para os coadjuvantes brilharem em cena. Destaque para a portuguesa Daniela Melchior (Caça-Ratos 2) e o hilário Tubarão-Rei, criação em CGI dublada por Sylvester Stallone.

Alice Braga e “Quem Tem Joga”

A brasileira Alice Braga também faz uma participação como chefe de uma guerrilha armada que oferece ajuda aos supervilões. Um detalhe curioso, aliás, deve surpreender o público do Brasil. Composta por John Murphy, a trilha sonora do longa traz a música “Quem Tem Joga”, da rapper Drik Barbosa, em conjunto com Gloria Groove e Karol Conká. A canção surge em uma cena dentro de uma boate e embala um momento de tensão na trama.

Não seria exagero apontar “O Esquadrão Suicida” como uma das melhores adaptações da DC para a linguagem cinematográfica. O segredo de James Gunn talvez esteja em não dar a mínima para a necessidade de construir um universo compartilhado para os personagens dos quadrinhos. Seu foco está em produzir uma obra autoral e autêntica, com liberdade para ousar e ir além do que os filmes do gênero costumam fazer.

Banho de sangue 

Sem medo de chocar os espectadores, o cineasta entrega um longa-metragem engraçado e anárquico, com altas doses de violência, além de sexo, nudez e humor ácido. Mas não espere o tom sombrio adotado pela versão anterior. Na visão de Gunn, banhos de sangue vêm acompanhados por um visual colorido e músicas animadas. O diretor abraça a bizarrice sem medo de ser feliz. Claro que a intenção não é ser levado a sério e é isso que faz com que a experiência seja tão recompensadora para quem assiste.