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Saiba como utilizar elementos da cultura pop na redação do Enem

Citar no texto animações, séries e filmes de forma adequada pode deixar a prova mais criativa

Redação do Enem - Pixabay

A redação do Enem é uma das etapas mais importantes para quem deseja alcançar a tão sonhada aprovação no vestibular. Mas além de ser um elemento decisivo e tenso para alguns candidatos, essa prova também pode ser um lugar para o estudante relaxar e expor o seu repertório cultural, inclusive suas séries e filmes favoritos.

A estudante Maria Clara Cavalcanti, de 22 anos, utilizou a saga Harry Potter em seu texto e tirou 920 na redação do Enem de 2016. “O tema da redação foi 'Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil'. Eu disse, no segundo parágrafo de desenvolvimento, que pré-julgamentos atrapalhavam o princípio da compreensão, um dos pilares da religião como um todo. Falei dos livros infantojuvenis que ensinam valores importantes como respeito, amizade e valorização das diferenças, mas que são rejeitados pela relação com temas místicos e fantásticos”, destaca Clara.

O objetivo de utilizar elementos culturais dentro da redação, auxilia no processo de compreensão que o avaliador precisa ter em relação à visão do estudante acerca do tema, tendo em vista que o texto precisa ser do tipo dissertativo argumentativo. Com isso, o corretor vai entender que o aluno possui uma bagagem cultural muito consistente, e que consegue utilizar esses elementos como forma de argumentação. 

Alguns cuidados devem ser tomados

Além de ter um bom repertório, o estudante deve ficar atento à organização para que os personagens dialoguem com a temática. A menção do elemento cultural não deve ser feita de forma aleatória, pois é necessário que haja um contexto para que ele se encaixe. O aluno deve mostrar que aquela citação é realmente relevante para defender a sua ideia. 

“Para mim, primeiramente, o maior cuidado é linguístico. Manusear os operadores argumentativos para que o repertório se encaixe coerentemente ao ponto de vista, e a relação de sentido aconteça. Muito se vê pessoas decorando partículas coesivas, depositando-as no texto ora por acharem bonitas, ora pelo senso comum de que escrever bem é rebuscar, o que acaba comprometendo essa construção. Às vezes, nós, professores, conseguimos até compreender que o aluno tem um bom repertório, mas o citou de forma vaga”, afirma a especialista em linguística aplicada e professora de português, Natália Farias.

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