Vacina

'Mais uma bola fora', diz secretário de Saúde de Pernambuco sobre fala de Bolsonaro

Presidente voltou a tecer críticas contra a CoronaVac

André Longo, secretário estadual de Saúde de Pernambuco - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Não foi pouca a repercussão após a entrevista concedida por Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (4), a uma emissora de rádio de Natal, Rio Grande do Norte, na qual voltou a jogar indiretas para desacreditar a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo. 

O presidente afirmou que, por ter uma agenda de viagens, precisa tomar uma vacina que lhe permita entrar em outros países e, por isso, não pode receber "essa vacina lá de São Paulo, que não está aceita na Europa nem nos Estados Unidos". 

Nesta quinta (5), durante entrevista coletiva concedida em formato híbrido - com transmissão remota e presença de jornalistas -,o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, engrossou o coro contra a postura do presidente,

"Qualquer fala nesse sentido atrapalha. Mais uma bola fora da liderança maior da República que, por vezes, não escuta a ciência e insiste nessa disputa com o governo de São Paulo (Bolsonaro já se referiu várias vezes à CoronaVac de ‘vacina de Dória, em referência ao governador João Dória)”, lamentou André Longo. 

"É ruim para a campanha de vacinação, é ruim para o PNI (Programa Nacional de Imunização). A vacinação é um ato individual, mas que leva benefícios para a sociedade. Vacina boa é a que estiver disponível, no braço, e com as duas doses para que a gente consiga controlar melhor a pandemia”, completou o titular da SES-PE. 

No Brasil, além da CoronaVac, estão sendo utilizadas as vacinas da AstraZeneca/Ofxord/Fiocruz e Pfizer/BioNTech - todas essas exigindo a aplicação de duas doses para gerar a resposta imune aguardada -, além da Janssen, que é administrada em dose única, mas que chegou ao País em poucas unidades.