Vacina

Governo de Pernambuco diz que momento para importação da Spunitk passou

Condicionantes impostas pela Anvisa para o uso da vacina russa dificultaram a compra

Frascos da vacina russa Sputnik V - Jorge Bernal / AFP

Depois de muitas idas e vindas e de até ter tido uma data para a importação das primeiras doses, a vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya, da Rússia, saiu, ao menos por enquanto, do radar do Consórcio do Nordeste

Desde março que os estados da região estavam em tratativas com o Fundo Soberano Russo para a aquisição do imunizante, utilizado em larga escala na vizinha Argentina, por exemplo. 


A intenção era adquirir mais de 35 milhões de doses para serem incorporadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, e acelerar a vacinação no País. 

Entretanto a dificuldade para aprovação da Sputnik V junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acabou atrasando esse processo e, recentemente, o ministro Marcelo Queiroga chegou a falar publicamente que o imunizante já não era tão necessário no combate contra a Covid-19 no Brasil. 

O posicionamento do ministro impactou a relação junto aos russos e, nesta quinta-feira (5), o Consórcio do Nordeste oficializou a suspensão da compra da vacina. Pernambuco tinha um contrato assinado para quatro milhões de doses. 

Embora lamente o desfecho negativo da negociação, o titular da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), André Longo, reconhece que “o melhor momento para a importação foi superado”. 

Segundo ele, quando as negociações começaram, há cerca de cinco meses, o País vivia uma situação mais complicada quanto à oferta de vacinas.

E, enquanto as vacinas aprovadas pela Anvisa podem ser utilizadas pela população geral - sendo a única “restrição” a aplicação da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz em gestantes e puérperas -, a Sputnik só poderia ser aplicada em pessoas sem comorbidades e com idades abaixo de 60 anos.

Outra condicionante da Anvisa era a não aplicação em mulheres grávidas ou que pretendessem engravidar. 

"Pernambuco assinou contrato para comprar quatro milhões de doses. Nada foi pago. Tivemos que fazer um empenho (recentemente) quando imaginávamos fazer a importação de uma quantidade equivalente a 1% da nossa população. Mas o melhor momento para importação da Sputnik passou. Assinamos esse contrato em março. Se viesse no momento certo, poderia ter antecipado o processo e termos mais pessoas imunizadas. Mas todas as dificuldades impostas nesse processo de importação acabou gerando um dificultador”, pontuou André Longo, dizendo ainda não ter tido acesso aos moldes acordados pelo Consórcio do Nordeste para a suspensão do contrato.