Brasil e Espanha na expectativa pelo ouro olímpico no futebol
"A Espanha está no seu melhor e construiu uma equipe poderosa ao longo do torneio. Será um rival forte", disse o técnico André Jardine
Um golaço de Marco Asensio para a Espanha, como nas semifinais contra o Japão, ou uma finalização eletrizante de Richarlison para o Brasil podem definir a medalha de ouro no futebol masculino nos Jogos de Tóquio, no sábado, em Yokohama (8h30 de Brasília), quando essas potências se encontram numa final que pode dar mais um título olímpico a uma delas.
Estrelas não faltam e o planeta do futebol vibra ansiosamente à espera deste duelo decisivo, de qualidade e promessa de emoções e de bom jogo. Se a pressão não agir sobre os protagonistas. A Espanha, medalhista de ouro em Barcelona-1992, conta com a base da seleção dirigida por Luis Enrique na recém-diputada Eurocopa 2020 -Pedri, Olmo, Oyarzabal, Unai Simon, Eric García, Pau Torres- e grandes reforços de luxo, como Asensio (do Real Madrid), autor do gol que levou a equipe para a disputa de pênaltis contra o Japão.
Mesmo caminho trilhado pelo Brasil, que após o 0 a 0 no tempo normal e prorrogação, foi para a loteria das penalidades e derrotou o México por 4 a 1. Tendo como destaques a experiência do capitão Daniel Alves, de 38 anos e dono da maior quantidade de títulos conquistados no mundo (42), a solidez do goleiro Santos, herói nas semifinais, e a periculosidade de Richarlison no ataque, a Seleção Brasileira também tem credenciais para repetir o lugar mais alto no pódio, obtido na Rio-2016.
O conjunto espanhol, sob o comando de Luis de la Fuente, de 60 anos, fez uma campanha sem brilho, embora contra adversários mais fortes. No entanto, superou todos os desafios que surgiram.
Na estreia, ficou no empate por 0 a 0 com o Egito, campeão africano, suou para derrotar a Austrália por 1 a 0 e sofreu para empatar com a Argentina (1-1) para avançar como primeiro no Grupo C. Nas quartas de final, faltavam dois minutos para ser eliminado, mas três gols de Rafa Mir garantiu uma vitória por 5 a 2 na prorrogação, após o 2 a 2 no tempo normal.
Na semifinal, o salvador foi Asensio, que marcou um golaço de pé esquerdo para decretar o 1 a 0 contra os japoneses na prorrogação (115).“Queríamos uma medalha, essa meta já foi alcançada, mas não queremos ficar aqui. Queremos mais, queremos aquela medalha de ouro, além do fato de já termos feito uma grande virada”, disse o atacante do Real Madrid.
Por outro lado, o Brasil chegou à final com mais solidez, embora tenha perdido força até aqui. O atual campeão olímpico começou ofuscando os adversários com uma vitória por 4 a 2 sobre a Alemanha, com direito a três gols Richarlison.
Em seguida, empatou por 0 a 0 com a Costa do Marfim e passou como primeiro no Grupo D ao vencer a Arábia Saudita por 3 a 1. Nas quartas de final, venceu o Egito por 1 a 0 com justiça, mas sem poupar, e nas semifinais superou o México nos pênaltis, devolvendo a derrota na final de Londres-2012.
“A Espanha está no seu melhor e construiu uma equipe poderosa ao longo do torneio. Será um rival forte", disse o técnico André Jardine, 41 anos, em entrevista coletiva.
O Brasil disputa sua quinta final olímpica. Em Los Angeles-1984 perdeu por 2 a 0 para França e quatro anos depois, em Seul-1988 foi derrotado pela antiga União Soviética (2-1), Em Londres 2012 foi superado pelo México (2-1), até vencer na Rio-2016 a Alemanha por 5-4 nos pênaltis, após o 1 a 1 no tempo normal.
“Jogar a final olímpica é um sonho. Estou orgulhoso deste grupo. Durante as palestras anteriores, elogiei os jogadores por sua dedicação e esforço em todos os momentos. Nenhum deles mostrou vaidade e sempre respeitaram as minhas decisões ", disse Jardine.
A Espanha jogará sua terceira final, porque em Antuérpia-1920 foi prata, mas vencendo um torneio de consolação. Em Barcelona-1992, derrotou a Polônia por 3 a 2 e Sydney-2000 perdeu nos pênaltis para os Camarões, após o 2 a 2 no tempo regulamentar.