Senadores da CPI condenam desfile de blindados
Desfile de blindados ao redor do Congresso em dia de votação sobre voto impresso foi considerado uma afronta à democracia pelos parlamentares - Pedro França / Agência Senado
O desfile de blindados realizado na Esplanada dos Ministérios, no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados pode votar a proposta do voto impresso, também foi comentado por outros senadores na CPI.
Ao falar como líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM) condenou a ação e afirmou que “todo poder emana do povo e em nome do povo será exercido”.
Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacaram não ser a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro se utiliza do cargo para tentar intimidar os parlamentares.
"Talvez seja para não demonstrar a força, mas para esconder, como os esquemas de corrupção que esta CPI está descobrindo", expôs Randolfe.
Ao comentar o desfile militar, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que não foi a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro tentou intimidar o Congresso Nacional. Mas, segundo ele, a estratégia não tem dado certo, pois os senadores não vão se intimidar e nem recuar. Para Otto, o presidente deveria se preocupar com a inflação, com as pessoas que perderam a vida na pandemia e com a geração de emprego e renda para 15 milhões de desempregados. Porém, acrescentou, nada disso o comove, apenas a necessidade de proteger o mandato.
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM) abriu a reunião de hoje lendo uma nota oficial em que condena o desfile de blindados realizado na Esplanada dos Ministérios. O parlamentar disse que o Brasil passa por um momento grave e o presidente comandou uma lamentável ação para intimidar parlamentares e opositores. Conforme a nota, Jair Bolsonaro tentou demonstrar força, mas evidenciou a fraqueza de um presidente acuado e acusado de corrupção.
"As forças jamais podem ser usadas para intimidar a população e adversário políticos legitimamente constituídos. Não há previsão constitucional para isso", afirmou Omar Aziz, que disse ainda que a democracia é inegociável.