CINEMA

'O Poderoso Chefinho 2' cumpre premissa, mas fica abaixo do primeiro filme

A sequência da franquia, "O Poderoso Chefinho 2", chega às telonas nesta quinta, com propósito familiar

Cena de "O Poderoso Chefinho 2" - Foto: DreamWorks

As animações funcionam como uma linguagem que liga adultos e crianças. "O Poderoso Chefinho", da DreamWorks, é um dos exemplos mais claros. O primeiro filme da série, que estreou há quatro anos nos cinemas, teve história focada no livro homônimo, escrito por Marla Frazee, tendo como fundo os conflitos familiares entre Tim e Theodore. E conquistou o público.

A sequência da franquia, "O Poderoso Chefinho 2", chega às telonas hoje, com o mesmo propósito. Entretanto, pode não cativar tanto assim quanto o outro. Se no primeiro filme, os irmãos - ainda crianças -, têm como propósito a união para salvar seus pais, o segundo vai pelo mesmo caminho, mas eles já são adultos. Em "Poderoso Chefinho 2", eles crescem e se afastaram um do outro.

Criança é agente secreta

Tim ficou casado, virou pai e vive o ambiente familiar. Já Ted é CEO de um fundo de investimento, um empresário de sucesso e com múltiplas formações. Um desencontro entre vivências e convívios familiares. Sem se falarem há anos, a filha mais nova de Tim, Tina - uma agente ultrassecreta da BabyCorp -, decide encarar como missão a união entre o tio e o pai.

Voltando no tempo

O roteiro de Marla Frazee e de Michael McCullers caminhava para que o filme trilhasse para uma narrativa em torno da família. E da recuperação de relações entre pai e filha, e de irmãos. Contudo, uma série de situações mirabolantes propostas pela animação acaba tirando de foco o principal mote que move a história.

Primeiro, a missão da BabyCorp, comandada pela pequena Tina, pretende combater um esquema armado pelo vilão do enredo, o dr. Amstrong, para que bebês dominem o mundo e saiam do controle dos pais.

Para encarar tal missão, Tim e Ted tomam uma porção para que voltem a ser crianças novamente e possam estudar no colégio. Curiosamente, Tim vai para a mesma classe que a filha, Tabitha, com quem tem tido relações conturbadas e passa a usar o disfarce para se aproximar da filha. Já Ted vai para a ala dos bebês, onde tem que conviver com crianças em fase de desenvolvimento, o que atrapalha a missão de descobrir os planos do vilão da história.

Falhas no roteiro

O que poderia ser uma aventura, com uma narrativa bem desenvolvida, acaba caindo em algumas armadilhas montadas pelo próprio roteiro. Tim, no papel do menino Marcos, acaba se aproximando da filha, entra na casa da esposa e ainda fala com seus pais, sem que eles o reconheça.

Para piorar a situação, ele se envolve tanto com a filha que os pais e a esposa constrangem Tabitha com seu "amiguinho" dentro de casa. Para o público mais adulto, que entende o desenrolar da história, fica claro o que acontece com esse trecho, mas pode ser confuso para as crianças menores.

Contudo, mesmo com as pequenas falhas no seu roteiro e a exceção de alguns efeitos, a animação pode ser uma boa opção para quem quer um entretenimento familiar. Há momentos de emoção, há cenas divertidas.

E os efeitos mais lúdicos podem encantar as crianças com idade menor - é uma animação inocente, sem muitas mensagens por trás de suas narrativas, o que pode facilitara compreensão desse público. E mesmo que não seja melhor que o primeiro filme, o segundo cumpre sua premissa em trazer uma história familiar e com muitas aventuras.