Sobe para 31 número de mortos por inundações na Turquia
O presidente Erdogan visitou hoje a região mais afetada para demonstrar sua solidariedade com as vítimas e avaliar os danos
O número de mortos nas enchentes no norte da Turquia subiu para 31 nesta sexta-feira (13), enquanto o presidente Recep Tayyip visitou a região. Dados oficiais anteriores mencionavam 27 mortos.
De acordo com um balanço provisório da Agência Governamental de Desastres Naturais (Afad), 29 pessoas morreram na província de Kastamonu, às margens do Mar Negro, e outras duas na vizinha Sinop. O número de desaparecidos ainda está indeterminado.
O presidente Erdogan visitou hoje a região mais afetada para demonstrar sua solidariedade com as vítimas e avaliar os danos.
"A tristeza de vocês é a de todos nós. O Estado está com vocês com todos os meios disponíveis", declarou Erdogan antes de comparecer ao enterro das vítimas.
Várias lideranças políticas e associações pediram ao governo turco que tome medidas radicais para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, já que atribuem estes desastres à mudança climática.
A Turquia não ratificou o Acordo de Paris sobre o Clima de 2015, que estabeleceu metas a serem atingidas para se conter o aquecimento global.
Como consequência das fortes chuvas, o nível da água subiu até quatro metros em algumas localidades, e as ruas das cidades se viram tomadas de escombros, lama e carros revirados.
Adem Senol, de 75 anos, conta como a água cercou sua casa na província de Bartin em apenas poucos minutos.
"Nunca vi uma coisas dessas na minha vida", disse este aposentado à agência de notícias pública Anadolu.
"A água subiu mais alto do que as nossas janelas, levou a porta e derrubou até o muro do jardim", acrescentou Senol.
Hospitais da região tiveram que evacuar seus pacientes.
Os moradores se viram obrigados a buscar abrigo no telhado das casas, e vários foram retirados de helicóptero, como mostram imagens veiculadas pelas emissoras de televisão e nas redes sociais.
Várias pontes rodoviárias desabaram, após deslizamentos de terra.
Abalados, alguns sobreviventes começaram a manifestar sua indignação com as autoridades locais, acusando-as de não terem reagido na velocidade necessária para socorrer os moradores.
"Eles nos disseram apenas para salvar nossos veículos, porque o rio corria o risco de transbordar. Não nos disseram para salvar nossas vidas, nem a dos nossos filhos", criticou Arzu Yücel, cujas duas filhas gêmeas estão desaparecidas desde o desabamento do prédio onde moravam.
"Se tivessem nos alertado, teríamos saído em menos de cinco minutos (...) Não nos pediram para deixar o local", lamenta a moradora, citada pela agência de notícias DHA.