Surfe

Temporada do surfe chega à final com quatro brasileiros na briga pelo título

Campeões do masculino e feminino serão conhecidos no próximo mês, em Lower Trestles, nos EUA

Gabriel Medina, surfista brasileiro - Foto: Yuki Iwamura/AFP

Chegou ao fim a acidentada temporada de classificação do Mundial de surfe. Entre adiamentos e cancelamentos ligados à pandemia do novo coronavírus, o campeonato conseguiu concluir sete etapas. Agora, os cinco atletas mais bem colocados de cada ranking disputarão os títulos masculino e feminino em um último e decisivo torneio.

Tudo será resolvido em Lower Trestles, nos Estados Unidos, de 9 a 17 de setembro. Entre os homens, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo buscam manter a hegemonia recente do Brasil na modalidade. Entre as mulheres, Tatiana Weston-Webb tenta ser a primeira do país a chegar ao topo.

As vagas derradeiras na final foram definidas em Barra de la Cruz, no México. Quando a etapa começou, na terça-feira (10), era tratada como a penúltima da fase de classificação. Haveria ainda uma visita ao Taiti, na Polinésia Francesa, mas o território entrou em estado de emergência no combate à Covid-19, o que levou a WSL (Liga Mundial de Surfe) a cancelar sua passagem por lá.

Assim, o México acabou se apresentando como a última chance a quem queria sobreviver ou simplesmente deixar uma boa impressão. Foi o que fizeram o catarinense Mateus Herdy, semifinalista, e o paulista Deivid Silva, que surpreendeu e avançou até a final. O título ficou com o australiano Jack Robinson.

Foi uma rara perna do circuito masculino sem triunfo brasileiro. Após a abertura do calendário com celebração do havaiano John John Florence em casa, em Pipeline, foram cinco vitórias seguidas verde-amarelas, em uma espécie de rodízio: um troféu para Ferreira, dois para Medina e dois para Toledo -sem contar o ouro olímpico de Italo.

Na competição feminina, Weston-Webb levou uma das etapas e confirmou sua classificação avançando até as quartas de final em Barra de la Cruz. Quem triunfou no México foi a australiana Stephanie Gilmore, uma das aspirantes ao título mundial. Também estão na disputa a havaiana Carissa Moore, a australiana Sally Fitzgibbons e a francesa Johanne Defay.

No circuito masculino, estão vivos o norte-americano Conner Coffin e o australiano Morgan Cibilic. Coffin é da Califórnia, estado onde se surfam as famosas ondas de Trestles, e bota fé em seu conhecimento do local, porém sai atrás dos brasileiros no formato determinado para o evento chamado de "WSL Finals".

De acordo com o regulamento, inédito, o quinto colocado no ranking encara o quarto pelo direito de enfrentar o terceiro. O vencedor desse embate mede forças com o segundo. Daí sai o desafiante ao líder, que apenas assiste às três rodadas anteriores, aguardando o adversário na grande decisão do título mundial, realizada em uma série melhor de três baterias.

Isso significa que Medina, que chegou a cinco das sete finais da temporada e lidera a tábua de classificação com folga, já está garantido no duelo derradeiro. Italo, em segundo, é semifinalista. Um passo atrás está Filipe, terceiro colocado. E, na bateria preliminar, vão se enfrentar Coffin e Cibilic.

Entre as mulheres, é Carissa Moore quem tem presença assegurada no confronto final, com uma campanha impressionante: nas sete etapas do circuito, seu pior resultado foi um terceiro lugar. Tatiana é a segunda colocada no ranking, ou seja, precisa derrubar duas adversárias em sequência para festejar o título mundial.

"Estou muito, muito orgulhosa", resumiu a brasileira, ao confirmar sua presença na etapa decisiva. "Foi um ano realmente longo, com muitos desafios, desafios para mim e para todos. Agora, vamos para Trestles."