DIPLOMACIA

EUA disposto a revisar sanções se Maduro facilitar "avanços significativos" em negociações

Anúncio foi feito por representantes diplomáticos dos Estados Unidos e Canadá

Antony Blinken, indicado por Joe Biden para chefiar a diplomacia americana - Mandel NGAN / AFP

Os Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá estão dispostos a "rever as políticas de sanções" contra a Venezuela se o governo de Nicolás Maduro "fizer um progresso significativo nas negociações" com a oposição programadas no México, anunciou o Departamento de Estado dos EUA neste sábado(14). 

Em comunicado conjunto divulgado por Washington, os representantes diplomáticos dos Estados Unidos, UE e Canadá saudaram o início de um novo processo de diálogo entre o governo e a oposição da Venezuela e reiteraram sua “disposição de rever as políticas de sanções se o regime fizer avanços significativos nas negociações”, anunciou na véspera.

Após o fracasso das negociações em Barbados, em 2019, e na República Dominicana, em 2018, as partes assinaram na sexta-feira um memorando de entendimento para lançar as bases do processo de negociação que terá início em breve. 

O diálogo ocorrerá no México com a facilitação da Noruega para tentar acabar com a grave crise política e econômica na Venezuela, visando o levantamento das sanções internacionais e o estabelecimento de garantias eleitorais. 
 

"Esperamos que este processo leve à restauração das instituições democráticas e permita que todos os venezuelanos se expressem politicamente por meio de eleições locais, parlamentares e presidenciais livres e justas", diz a declaração conjunta do secretário de Estado americano, Antony Blinken, do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell e do ministro das Relações Exteriores do Canadá, Marc Garneau.

“Instamos todas as partes a participarem com boa fé para chegar a acordos duradouros que levem a uma solução abrangente para a crise venezuelana”, continua o texto. 

Também pedem "a libertação incondicional de todos os detidos injustamente por razões políticas", a "independência dos partidos políticos" e "o fim dos abusos dos direitos humanos". 

Os Estados Unidos e outros países reconhecem Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, que se proclamou como tal em 2019 quando presidia o Parlamento, hoje nas mãos do chavismo. 

Na tentativa de pressionar Maduro, o ex-presidente republicano Donald Trump impôs uma bateria de sanções, às quais aderiram UE e Canadá, e que o governo do democrata Joe Biden já havia se oferecido para flexibilizar caso a negociação avance para "eleições livres". 

Maduro atribui a crise em seu país a "sanções criminosas" impostas do exterior, especialmente por Washington.