Óleo

Cerca de 900 kg de fragmentos são retirados em praias de Fernando de Noronha neste final de semana

ICMBio/ Divulgação

Neste primeiro final de semana de coleta do material oleoso encontrado em cinco praias do Arquipelágo de Fernando de Noronha, cerca de 900 kg foram recolhidos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Somente neste domingo, aproximadamente 400 kg foram coletados. O monitoramento e as coletas pontuais seguem nesta segunda-feira (16). 

Os trabalhos de retirada foram coordenados pelo instituto e pela Marinha, envolvendo a participação de aproximadamente 50 pessoas, entre biólogos e voluntários, com o apoio de ONGs e da EcoNoronha, empresa concessionária que administra o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Depois das praias do Leão, que concentrou a maior parte dos resíduos, Caieras, Enseada dos Abreus e Sueste, a operação se concentrou ontem em Atalaia. Todas elas ficam na área virada para as águas internacionais do Oceano Atlântico.

Material em análise

Segundo a chefe do ICMBio no arquipélago, Carla Guaitanele, a quantidade de produto oleoso identificado neste domingo é menor que nos outros dias. Os resíduos retirados serão submetidos à análise da Marinha e dos pesquisadores do órgão e de outras instituições, como o Ibama.

Nas redes sociais, grupos e movimentos em defesa do meio ambiente, como o Salve Maracaípe e o Instituto Bioma Brasil, divulgaram imagens de bolas pretas que chegavam do mar e que eram descritas como vestígios de petróleo, semelhantes aos que poluíram o litoral do Nordeste no segundo semestre de 2019. No entanto, de acordo com a chefe do ICMBio, não é possível ainda precisar a natureza do material nem dizer se o óleo coletado agora é o mesmo tipo de substância derramada dois anos atrás.

“Tem que ser feita uma pesquisa, mas qualquer informação agora é 'chute'”, afirmou. “Quando se fala em bolas de petróleo, é mais o formato que ele [o material] chega, mas não dá para a gente saber mesmo de quanto tempo é ou de onde veio. Esse tipo de informação, só com a análise em laboratório”.

Resíduos plásticos

Guaitanele disse que elas vieram com muito lixo. “Imagino que [o material] tenha vindo por meio de uma corrente marítima que seguiu essa rota em direção a Noronha e conseguiu chegar de forma concentrada”, comentou. Ainda segundo ela, é comum encontrar resíduos plásticos vindos do mar na costa da ilha. “Em geral, eles não vêm associados a óleo, mas agora foi, de fato, uma concentração muito maior”, relatou.

Como consequência, a poluição das praias produzida pelo ser humano traz riscos à vida das espécies que habitam o local. “O lixo é extremamente prejudicial à biodiversidade. É tão complexo que a coleta é feita com luvas e proteção, porque é um material considerado perigoso. A atenção nossa é maior para o tipo de resíduo que está chegando”, concluiu a chefe do ICMBio de Fernando de Noronha.

Monitoramento e coleta continuam

Todo o material coletado no final de semana foi pesado e acondicionado para a destinação correta. Além disso, a Marinha do Brasil realizou o transporte de uma amostra para o Instituto de Estudos do Mar – IEMAPM.

Nesta segunda-feira (16), a equipe continua o monitoramento nas praias com coletas pontuais e esforço maior de limpeza no mangue do Sueste, caso ocorra alguma alteração no fluxo de chegada do lixo.