Em fala à CPI da Covid, auditor nega ter apontado supernotificação de casos de Covid; veja ao vivo
Alexandre disse ter feito um documento em word preliminar, com dados inclusivos, compartilhado por seu pai com a família Bolsonaro
A CPI da Covid toma, nesta terça-feira (17), o depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Ele é o autor de documento que minimiza o número de mortes por Covid-19 no Brasil. Além de ter sido desmentido pelos auditores do TCU, o documento teria sido adulterado.
Em sua fala inicial, o auditor afirmou aos senadores da CPI que nunca afirmou ter havido supernotificação de óbitos da Covid-19 no país.
Alexandre disse ter feito um documento em word preliminar, com dados inclusivos, compartilhado por seu pai com a família Bolsonaro: "era apenas um debate preliminar aberto em equipe para análise colaborativa, mas que foi encerrado”.
O auditor garantiu ainda que compartilhou o documento com seu pai, seu confidente, mas que “em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele compartilharia o documento em word”.
O documento seria um compilado de informações públicas em formato de word, com dados retirados do Portal da Transparência de Registro Civil, sem cabeçalho ou timbre do Tribunal de Contas da União.
Alexandre Marques conta com um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal que o autoriza a ficar em silêncio ao ser questionado sobre fatos que possam incriminá-lo.
Omar Aziz (PSD-AM) esclareceu que a decisão do ministro Gilmar Mendes apenas garante o direito do depoente não se comprometer, mas não pode faltar com a verdade.
A convocação do auditor Alexandre Marques foi sugerida pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
O parlamentar sergipano quer “esclarecer os detalhes da participação” do auditor na produção do documento falso, que chegou a ser citado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro como uma auditoria oficial do TCU. Em junho, o auditor foi afastado do cargo e uma sindicância interna do órgão apurou as circunstâncias em que o documento chegou até Bolsonaro