Pfizer vai anunciar produção de vacinas no Brasil ao lado de Bolsonaro
A notícia da Pfizer está sendo festejada pelo governo federal
Pfizer e BioNTech anunciam, nesta quinta-feira (26), a assinatura de uma carta de intenção com a farmacêutica brasileira Eurofarma para produzir no Brasil a vacina contra a Covid-19.
A expectativa é que, com plena capacidade operacional, a fábrica, instalada em São Paulo, tenha produção anual de mais de 100 milhões doses. Todas as doses serão distribuídas exclusivamente na América Latina.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve receber a cúpula da Pfizer, nesta quinta-feira. Em fala ao jornal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, festejou a parceria.
"O Brasil é o país mais confiável da América Latina para a instalação de negócios de uma grande farmacêutica multinacional como a Pfizer", afirmou Queiroga.
Para o ministro, o anúncio é fundamnetal "para o desenvolvimento do complexo industrial farmacêutico através da iniciativa privada, sem necessidade de fomento direto do governo".
A brasileira Eurofarma fará parte de uma rede global de produção da vacina Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, que incluirá 20 instalações em quatro continentes.
"Nossa nova colaboração com a Eurofarma expande nossa rede global de cadeia de suprimentos - nos ajudando a continuar fornecendo acesso justo e equitativo à nossa vacina.
O anúncio ocorre no momento em que se intensifica o debate sobre a urgência de se aumentar a produção de imunizantes no mundo. A maioria da população do planeta ainda não recebeu sequer a primeira dose de vacina, o que impede o controle da pandemia, aumenta o número de vítimas fatais e o risco de que novas variantes que escapem da proteção dos imunizantes se disseminem por todos os países.
A notícia da Pfizer está sendo festejada pelo governo federal. "O país tem um dos maiores sistemas de saúde públicos do mundo e uma saúde suplementar com 48 milhões de beneficiários. Investe cerca de 10% de seu PIB em saúde", segue o ministro Queiroga, em fala à Folha de S.Paulo.
Ele afirma que o anúncio da Pfizer é fundamental "para o desenvolvimento do complexo industrial farmacêutico através da iniciativa privada, sem necessidade de fomento direto do governo".
O ministro afirma ainda que o país precisa voltar a investir "na pesquisa básica, de desenvolvimento de tecnologia e produtos".
Na pandemia do novo coronavírus, o Brasil participou dos estudos apenas selecionando voluntários para ensaios clínicos que comprovaram a eficácia dos imunizantes. Mas até agora não desenvolveu um produto próprio, com tecnologia nacional.
Em nota divulgada, Pfizer e BioNTech afirmaram que a Eurofarma "receberá o produto de instalações dos Estados Unidos e a fabricação das doses acabadas terá início em 2022".
A Pfizer esteve na ponta do desenvolvimento de imunizantes no país, com a produção de uma das vacinas mais eficientes contra o vírus.
Por meio de um contrato com o Ministério da Saúde, entregará um total de 200 milhões de doses ao país.
A Pfizer se somará à Fiocruz e ao Instituto Butantan, que já produzem vacinas no país.