Home office

Novos hábitos: emprego remoto é modalidade preferida para parte da população

Segundo estudo, 86% dos trabalhadores gostariam de trabalhar remotamente, na medida em que as restrições forem sendo flexibilizadas

Trabalho remoto - Pexels

Antes da pandemia da Covid-19, o acesso ao trabalho remoto era incomum, praticado por poucas pessoas e instituições. A crise sanitária, no entanto, promoveu um home office quase que forçado a muita gente. 

Segundo uma pesquisa da Robert Half, empresa de recrutamento, 86% dos trabalhadores gostariam de trabalhar remotamente, na medida em que as restrições da Covid-19 forem sendo flexibilizadas.

Entre as principais causas para optar pelo trabalho remoto, o estudo avaliou que 67% dos entrevistados afirmaram que “sei que é possível realizar o meu trabalho em casa”, o principal motivo para optar pelo home office.

O estudo ainda revelou que 52% acreditam que estão trabalhando mais horas em casa do que antes. A pesquisa foi desenvolvida de forma online e inclui respostas de mais de 800 trabalhadores com 18 anos ou mais, normalmente empregados nos escritórios brasileiros.

Segundo dados do Linkedin fornecidos à BBC News Mundo, entre maio de 2020 e maio de 2021, houve um aumento dos anúncios de vagas oferecendo empregos na modalidade remota. Com mais oportunidades para trabalhar de casa, há quem hoje não queira mais exercer seu trabalho de forma presencial.

É dessa forma que o advogado João Ribeiro avalia o trabalho remoto. Morando sozinho, ele afirma que trabalhar em casa facilita as coisas.

“Percebi que, em condições normais, trabalhar em casa facilita meu foco para resolver questões estratégicas do trabalho, além da comodidade para realizar diligências que o trabalho antes demandava de forma presencial. Constantemente tenho reuniões que seriam realizadas presencialmente em outros estados, o que demanda tempo e dinheiro. Hoje, com o home office, não precisa ser assim”, detalha. 

E há, também, quem já largou a modalidade presencial e incorporou o trabalho remoto à sua rotina. De casa, o jornalista Wendell Soares consegue ter uma melhor qualidade de vida. Ele explica que trabalhava presencialmente, mas, após surgirem duas oportunidades para trabalho remoto, resolveu dispensar seu antigo emprego.

“Desligar o computador e saber que eu estava em casa me deu qualidade de vida e tempo. Por isso, consegui fazer minha pós, vários cursos e começar a trabalhar por demanda, não por horário fixo”, conta. 

Soares ainda diz que, em casa, conseguiu montar seu escritório e que não pretende retomar ao emprego presencial. “Presencial agora não me tira de casa nem por dinheiro. Só se for a última opção. No presencial, já cumpri jornadas absurdas, agora ‘trampo’ até às 18h, desligo o computador e ponto”, detalha. 

Em dois empregos (presencial e remoto), a estagiária Mariana Cecílio revela que prefere o trabalho em casa.

“Sinto facilidades e qualidades em ambos os modelos, mas, na minha opinião, o remoto me trouxe mais qualidade de trabalho e de vida também. No trabalho remoto, posso me alimentar melhor, tendo em vista que não tenho que "gastar tempo" de deslocamento até o trabalho”, diz Mariana.

Além disso, ela ainda explica que sente ter  mais flexibilidade de horários, apesar de cumprir todas as obrigações que um emprego impõe. “A única coisa que sinto falta do trabalho presencial seria a facilidade de tirar dúvidas com os colegas de equipe. O que é facilmente resolvido com a tecnologia das chamadas de vídeo e afins”, acrescenta. 

Empresas
Além do trabalho em casa trazer benefícios, para quem prefere a modalidade, vale salientar que o emprego remoto trouxe alguns benefícios às empresas.

A Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, confirmou, em estudo, que os pedidos de demissão caíram 50% nas empresas que têm algum programa de trabalho remoto.

 A instituição de ensino ainda concluiu que as empresas melhoraram o fator de produtividade entre 20% a 30%. Além disso, economizaram cerca de US$ 2.000 por ano, por funcionário, no WFH - Work From Home (trabalho de casa).