CPI pretende ouvir a diretora da VTCLog nesta terça, após STF autorizar motoboy a não comparecer
A CPI da Pandemia convocou para depor, nesta quarta-feira (31) a diretora-executiva da VTCLog, Andréia Lima. A convocação dela foi aprovada pelos senadores em 7 de julho. A VTCLog foi contratada pelo Ministério da Saúde para armazenar e distribuir medicamentos, entre eles, vacinas. A empresa aparece envolvida em negociações de compras de imunizantes contra a covid-19 que vêm sendo denunciadas na CPI.
O presidente Omar Aziz informou, no inicio da sessão, que os advogados depoentes justificaram sua ausência na Comissão em razão dela estar "despachando vacinas" e, segundo Aziz, por si só contraria a decisão de Nunes Marques que alegou "falta de pertinência" no caso do motobou da empresa, que foi autorizado a não comparecer à CPI pelo ministro.
Inicialmente, a comissão tomaria nesta terça-feira o depoimento de Ivanildo Gonçalves, motoboy que prestou serviço à VTCLog e teria feito saques milionários, considerados suspeitos. A mudança de depoente foi decidida pelo comando da CPI depois que o ministro do STF Nunes Marques garantiu a Ivanildo o direito de não comparecer à comissão.
O relator da CPI, Renan Calheiros, criticou a liminar do ministro Kassio Nunes Marques, do STF, que permitiu ao motoboy Ivanildo Gonçalves não comparecer ao colegiado por "não haver pertinência temática com a CPI". Renan disse que o motoboy sacou no caixa milhões de reais, dinheiro que era levado nas casas dos beneficiados. "Como não há pertinência temática com o dinheiro da saúde, com mais uma falcatrua no Ministério da Saúde, praticada com as mesmas pessoas que fizeram a festa na pandemia enquanto o povo brasileiro morria?", indagou.
Antes da reunião, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse aos jornalistas que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Nunes Marques de autorizar o não comparecimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva foge da jurisprudência da Corte e que por isso a comissão vai recorrer ao STF.
Segundo Alessandro, o pedido partiu do advogado Alan Diniz Moreira Guedes de Ornelas, que já atuou na defesa de Fabrício Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), e do miliciano Adriano da Nóbrega, já morto.
Já Humberto Costa (PT-PE) disse que cabe às Assembleias Legislativas formar comissões de inquérito para apurar desdobramentos dos trabalhos da CPI. O senador lembrou que decisão do Supremo Tribunal Federal impede que o colegiado investigue governos estaduais. Assista abaixo.