POLÍTICA

Filho de Trump pede que Brasil use exportações como trunfo para resistir a China

Filho do ex-presidente dos Estados Unidos foi a principal atração da conferência conservadora Cpac

Donald Trump Jr - Reprodução/Instagram

Principal estrela do Cpac, conferência conservadora que acontece em Brasília, Donald Trump Jr., filho do ex-presidente americano, teve de cancelar sua presença no evento porque as tempestades nos EUA impediram seu avião de decolar.

Em vez disso, ele falou à plateia apor videoconferência, num discurso de cerca de 40 minutos em que atacou a China, a imprensa, as grandes empresas de tecnologia e, principalmente, o presidente Joe Biden.

Trump Jr. fez ainda uma defesa enfática da reeleição de Jair Bolsonaro no ano que vem.

Ele conclamou o Brasil a resistir à China, aproveitando o fato de que o país é responsável por grande parte das exportações de alimentos para o gigante asiático.

"Vocês são o sustento da China, as exportações do Brasil são uma linha de vida para eles. Vocês têm de decidir se vão ter como líder alguém suscetível às maluquices chinesas, ou se querem que o Brasil se levante como uma nação forte no mundo", afirmou.


Segundo ele, o país, na eleição, tem uma escolha importante a fazer: "O Brasil tem uma grande decisão para tomar ano que vem, vocês têm dois opostos muitos grandes. Vão seguir no caminho do socialismo ou permanecer na liberdade?", declarou.

Assim como faz seu pai, Trump Jr. recheou sua fala com ataques ao que enxerga como erosão das liberdades, provocada pelas medidas de controle da pandemia.

"Estamos num estágio em que nossos governos querem nos controlar. O mais assustador não é o índice de mortos, é ver dezenas de milhões de pessoas desistindo de suas liberdades, de suas vidas, em nome de uma ciência que não é conduzida como ciência de verdade, mas de acordo com burocratas do governo".

Ele atacou nominalmente Anthony Fauci, conselheiro de saúde dos EUA, que virou um dos principais antagonistas de seu pai.

"Fauci é um burocrata usando veste de cientista. Qualquer um poderia fazer um trabalho melhor do que este palhaço", disparou.

Biden, como esperado, foi um de seus principais alvos. "Falaram que Biden seria um moderado, que botamos os adultos na sala de novo com sua eleição. Onde isso nos levou? Tínhamos independência energética, empregos crescentes, tínhamos acordos de paz no Oriente Médio", afirmou.

Mas os maiores ataques ocorreram pela retirada desastrosa dos EUA do Afeganistão.

"O Talibã olha para Biden e vê um homem que não consegue subir escadas, não consegue fazer um discurso inteiro. Predadores comem os mais fracos", disse.

O democrata, disse o filho de Trump, mudou totalmente o plano de retirada concebido pelo seu pai.
"Tiramos nossos militares antes de cuidarmos dos civis americanos, enquanto estávamos armando os terroristas. Não foi o plano de Trump que causou o desastre, foi o plano de Biden. Ele queria apenas uma foto em 11 de setembro dizendo que fez a retirada", declarou, em referência ao vigésimo aniversário dos ataques às Torres Gêmeas, prestes a serem completados0
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Ao se referir à evacuação do Afeganistão, ele fez um jogo de palavras com a famosa retirada dos aliados de Dunkirk na Segunda Guerra. Chamou de "Dumbkirk" ("dumb", em inglês, significa "burro", ou "estúpido").
Sob Biden, afirmou o palestrante, os militares estão "mais preocupados em ensinar diversidade do que em atirar nos inimigos, mais preocupados em ser politicamente corretos do que em ganhar a guerra".

Ao final de sua fala, ele conclamou os brasileiros a não desistirem de lutar. "Não desistam das liberdades que vocês têm e que são muito caras. Temos que falar alto, sermos vocais, não ter medo de nos levantarmos contra esses governos tiranos", bradou, para aplauso dos presentes.