Sete de Setembro em SP terá reforço no Metrô e revista para acessar atos a favor e contra Bolsonaro
Proximidade entre os locais onde estão previstas as manifestações preocupa as autoridades de segurança pública da cidade
Grupos pró e contra o presidente Jair Bolsonaro se organizam para realizar atos no feriado de 7 de Setembro na região central da capital paulista, o que desperta a atenção de autoridades da segurança pública e da mobilidade urbana.
Além da expectativa de um grande volume de pessoas nas ruas, o que por si só já demanda operações especiais, a rivalidade entre os dois grupos e a proximidade geográfica entre as duas manifestações gera temor de possíveis confrontos, não apenas na região central da cidade, mas ao longo da malha do transporte público que atende São Paulo.
Manifestantes contra o presidente Jair Bolsonaro irão se reunir no período da tarde no Vale do Anhangabaú, após conseguirem autorização da Justiça para a realização do ato. Já os bolsonaristas deverão ocupar a avenida Paulista, também na tarde desta terça (7).
O Metrô afirma que as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata terão operação normal, como a de um dia útil, durante a segunda (6) e a terça-feira, o que significa oferta maior de trens na comparação com um feriado comum.
Além disso, no dia dos protestos, haverá reforço na operação da linha 2-verde, que atende a região da Paulista.
Nas linhas 4-amarela e 5-lilás, a oferta de trens no feriado de 7 de Setembro será equivalente à de um domingo, mas, caso necessário, a operação poderá ser ajustada ao longo do dia, segundo a companhia.
A companhia não informou se haverá alguma divisão de vagões no dia para evitar encontros entres os grupos opostos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a orientação é para que os usuários comprem antecipadamente os bilhetes, para evitar aglomerações nas bilheterias no dia dos protestos. Caso necessário, o acesso às plataformas pode ser controlado de modo a evitar acidentes.
A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos afirma que, além do Metrô, os ônibus intermunicipais e a CPTM (trens que atendem a Grande São Paulo) vão monitorar suas operações, e as equipes estão preparadas para fazer ajustes na circulação, se for necessário.
O efetivo será reforçado com cerca de 3.600 policiais militares durante os protestos na capital paulista. Além disso, integrarão o esquema uma equipe de mediadores da PM -agentes que possuem cursos de gerenciamento de crises e terão o papel de facilitar a comunicação da instituição com os manifestantes.
Segundo a PM, em relação ao ato na avenida Paulista, ficou acertado que os grupos se concentrarão no perímetro que compreende a avenida Brigadeiro Luís Antônio e a praça dos Ciclistas, das 11h às 18h. Já o ato no Vale do Anhangabaú ocorrerá das 14h às 17h.
A polícia afirma que carros de som e veículos que forem utilizados nas manifestações deverão passar por uma fiscalização prévia e só terão acesso aos locais com aprovação do Comando de Policiamento de Trânsito.
A Polícia Militar também pretende revistar os manifestantes. Será proibido o porte de objetos que possam, de alguma forma, ferir outras pessoas presentes nas manifestações.
Entre os itens que não poderão entrar nas regiões dos protestos estão armas brancas e de fogo, bastões, fogos de artifício, sinalizadores e drones.
A Secretaria da Segurança Pública afirma que, em razão dos atos, as linhas de ônibus que passam por esses locais serão ajustadas.
A SPTrans confirmou que ao menos 33 linhas de ônibus terão seus itinerários alterados. Em nota, a empresa afirma que os desvios das linhas que operam nos locais envolvidos vão seguir orientação do comando policial no local.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não informou à reportagem quais vias serão interditadas, o que poderá afetar o trânsito de veículos, especialmente na região central.
Por telefone, a assessoria de imprensa da pasta afirmou que a organização e a definição de eventuais interdições cabem à PM e que a CET irá dar o suporte técnico necessário caso seja demandada pela polícia.
Responsáveis pelo protesto contrário ao presidente informaram à Polícia Militar, em reunião na última terça, que o público estimado é de 20 mil a 30 mil pessoas. Já a manifestação bolsonarista avisou que espera 2 milhões de pessoas na região da avenida Paulista.
Segundo os responsáveis pelos protestos de oposição, não interessa ao grupo entrar em uma guerra sobre quem enche mais as ruas. Além disso, destacam que os protestos serão de alcance nacional. Balanço desta quinta (2) previa 80 atos em cidades das cinco regiões do país.
Líderes da Campanha Fora Bolsonaro concordam com parte dos pedidos da gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), mas resistem à responsabilização por eventuais casos de vandalismo.
O argumento é o de que cabe à GCM (Guarda Civil Metropolitana) e à SSP cuidar da segurança do patrimônio e dos manifestantes.
As imposições da prefeitura para o uso do Anhangabaú ocorrem porque o espaço recém-reformado (ao custo de R$ 100 milhões) foi concedido à iniciativa privada em 2020 (a outorga é de R$ 6 milhões).
A gestão está em fase de transição para o grupo que assumirá a operação da área. Enquanto isso, a administração ainda compete ao município.