Vacinação

São Paulo começa a usar Pfizer para 2ª dose no lugar de AstraZeneca

Vacina da Pfizer contra a Covid-19 - Hélia Scheppa/SEI

A Prefeitura de São Paulo começa a vacinar nesta segunda-feira (13) com imunizante da Pfizer as pessoas que não conseguiram tomar a segunda dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19.

O problema, segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), atinge cerca de 340 mil pessoas, que desde a última quinta-feira (9) não conseguem completar o esquema de imunização, porque há falta da vacina produzida no Brasil pela Fiocruz.

Para retomar a imunização, a Secretaria Municipal da Saúde vai distribuir, na manhã desta segunda, 165 mil doses de vacinas da Pfizer, enviadas pelo governo estadual no sábado (11).

Em nota, a prefeitura disse que na quinta (9) já havia recebido 255 mil doses de Pfizer. Mas elas ainda devem ser usadas para a segunda dose de quem recebeu a primeira da própria marca, que também é a única autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação em menores de idade. 

De acordo com o último boletim da secretaria, das 13h de sábado (11), ainda faltam vacinar 222,6 mil adolescentes.

A chamada intercambialidade, ou seja, a primeira dose de uma e a segunda, de outra vacina, será válida para aqueles que deveriam se imunizar pela segunda vez com a AstraZeneca entre 1º e 15 de setembro, conforme definiu a Secretaria Estadual da Saúde na noite da última sexta-feira (10).

O governo João Doria (PSDB) chama a falta de AstraZeneca de "apagão" e acusa o Ministério da Saúde pelo não envio de cerca de 1 milhão de doses ao estado de São Paulo. A pasta federal, do governo Jair Bolsonaro (sem partido), nega.

Como as doses serão apenas distribuídas a partir da manhã desta segunda (23), a secretaria municipal acredita que alguns postos só devem recebam vacinas no meio da tarde.

Por isso, a prefeitura recomenda que as pessoas acompanhem a disponibilidade de segundas doses dos imunizantes por meio da plataforma "De Olho na Fila", serviço criado para mostrar como está a situação dos postos e se há vacinas (e de qual marca) para segunda dose.

A pasta municipal disse que o Ministério da Saúde sinalizou a entrega de um lote de vacina da AstraZeneca para o início desta semana. Mas antes ele terá de passar pelo governo estadual, que fará a distribuição ao município. Questionado, o governo federal não confirmou a informação.

Até sábado, a capital havia aplicado 15.809.080 vacinas contra a Covid-19, sendo 9.996.994 primeiras doses, 5.468.285 segundas doses, 321.883 doses únicas e 21.918 doses adicionais (a terceira, para idosos a partir de 90 anos).

Segundo a prefeitura, a cobertura vacinal para população acima de 18 anos está em 105,1 % para primeira dose ou dose única e 62,7% para segunda dose ou dose única. Em jovens de 12 a 17 anos foram aplicadas 621.471 primeiras doses, com cobertura vacinal de 73,6%.

Retomada Além de São Paulo, ao menos mais cinco estados estão com falta de vacinas da AstraZeneca: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que tem um acordo com a biofarmacêutica AstraZeneca para produzir o imunizante no Brasil, afirmou, por meio de nota, que entregas estão previstas para esta semana e serão normalizadas. O número de doses só será divulgado nesta segunda (13), quando o controle de qualidade fizer a liberação.

A fundação afirma ter sofrido atraso na entrega dos lotes mensais do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) importado para a fabricação da vacina.

"Com a chegada das remessas mensais de IFA apenas no final de agosto, as próximas entregas foram programadas para esta semana de 13 a 17 de setembro, uma vez que todo o processo, desde a chegada do insumo até a entrega da vacina leva cerca de três semanas, incluindo o período de controle de qualidade das vacinas", diz a Fiocruz em nota.