Pernambuco

Operação prende seis em Pernambuco por suspeita de fraudes em benefícios do INSS de R$ 27,6 milhões

Ao todo, foram identificados 225 benefícios previdenciários e assistenciais sob suspeita de fraude

PF cumpriu mandados em 13 endereços - Divulgação/PF

A Operação Clepsidra, deflagrada pela Polícia Federal (PF), prendeu, em Pernambuco, seis suspeitos de integrar uma organização criminosa apontada como responsável por crimes em massa contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os mandados foram cumpridos nessa quinta-feira (16).

Segundo a polícia, as fraudes eram voltadas à obtenção fraudulenta de benefícios  previdenciários e assistenciais, mediante falsificação de documentos públicos, uso de documentos falsos e estelionato majorado, além de lavagem de dinheiro. O prejuízo estimado é de R$ 27,6 milhões. 


Ao todo, segundo a polícia, foram identificados 225 benefícios previdenciários e assistenciais sob suspeita de fraude. Com isso, a 23ª Vara da Justiça Federal em Garanhuns, no Agreste do Estado, expediu cinco mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão domiciliar e quatro mandados de medidas cautelares diversas da prisão e mandados de busca e apreensão.

As ordens judiciais foram cumpridas em 13 endereços ligados aos investigados nas cidades de Águas Belas, na Mata Sul; Caruaru e Garanhuns, no Agreste; e o Recife. A Justiça  Federal também determinou ao INSS a suspensão dos 225 benefícios previdenciários e assistenciais obtidos mediante fraudes.  

Modus operandi
De acordo com a PF, o modus operandi do grupo consiste primordialmente na obtenção, mediante fraudes, com o recebimento de benefícios previdenciários após a morte de  segurados, e principalmente, através da falsificação de documentos para a  criação de pessoas fictícias e obtenção indevida de benefícios assistenciais.  

As tarefas eram distribuídas entre os componentes da organização em núcleos  compostos por fraudadores, os quais exercem a liderança e a coordenação das  ações do grupo; por falsificadores de documentos utilizados para a “criação de pessoas fictícias”; pelos chamados “idosos de aluguel”, que utilizam as identidades falsas em nome de terceiros inexistentes perante a autarquia  previdenciária e outros órgãos; e por distribuidores, que compram e revendem parte dos cartões de benefícios obtidos mediante fraude. 

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de pertencimento à organização criminosa; obtenção fraudulenta de benefícios previdenciários e assistenciais, mediante falsificação de documentos públicos; uso de documentos falsos; e estelionato majorado; além de lavagem de dinheiro. 

Operação Clepsidra
Clepsidra é um relógio de água formado por dois vasos comunicantes com marcações, que era utilizado pelos antigos romanos e gregos para medir a passagem do tempo.  O nome da operação faz referência à principal sede da organização sob  investigação e ao principal modo de agir do grupo, consistente na criação de segurados fictícios, atribuindo-lhes tempo de idade.