Câmara dos Deputados

Deputado atacado por Boca Aberta pede que ele perca bottons de acesso à Câmara por segurança

Dep. Boca Aberta (PROS - PR) - Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

Perseguido e xingado pelo deputado Boca Aberta (Pros-PR) pelos corredores da Câmara dos Deputados na quarta-feira (15), Alexandre Leite (DEM-SP) pediu que a Mesa Diretora solicite ao parlamentar a devolução dos bottons de acesso aos espaços da Casa.

Nesta quinta-feira (16), a Mesa Diretora da Câmara acatou medida do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, por unanimidade, cassou o mandato de Boca Aberta. Leite foi o relator do processo na Câmara e recomendou a cassação do paranaense.

Por tradição, ex-parlamentares mantêm esse bottons, que garantem que eles possam transitar pela Câmara. No caso de Boca Aberta, no entanto, Leite argumenta em requerimento que ele representa um risco à segurança.

"A medida que ora se requer é imprescindível para a segurança da casa", escreve Leite. "Não é possível nem aceitável que ele tenha livre
acesso a todas as dependências da Casa", completa.

 

Em vídeo gravado pela assessoria de Leite na quarta (15), Boca Aberta xinga Leite e seus familiares. O deputado é filho de Milton Leite (DEM), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e irmão de Milton Leite Filho (DEM), deputado estadual em São Paulo.

"Você é um ordinário, seu cafajeste. Vamos pro pau ali no Plenário", disse Boca Aberta.

No requerimento, o parlamentar paulista lista episódios de violência nos quais Boca Aberta se envolveu recentemente: em 2018, um juiz de Londrinha determinou que ele ficasse a 500 metros de distância de três vereadores que relatavam ameaças dele após a cassação de seu mandato como vereador.

Em junho de 2021, cumpriu prisão em regime semiaberto por perturbação do sossego após ter invadido Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Londrina.

Alexandre Leite também argumenta que Boca Aberta não deveria nem ter recebido o bottom em 2019, dado que, segundo entendimento do TSE, não poderia assumir o mandado de deputado após ter sido cassado do cargo de vereador, em 2017, por quebra de decoro parlamentar, ficando inelegível pelo prazo de oito anos.