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Expectativa de inflação e juros voltam a subir e PIB de 2022 deve ser menor, indica relatório Focus

Mercado diminui projeção de PIB pela terceira vez seguida e passou a ver um crescimento de 1,63% em 2022

Banco Central - Agência Brasil

Pela terceira semana seguida, o mercado diminuiu sua projeção de crescimento para 2022 e agora prevê crescimento de 1,63%. Há um mês, a expectativa era de 2%, de acordo com o relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC).

Essa revisão para baixo acompanhou uma série de piora nas expectativas para este ano e para 2022 em todos índices, incluindo inflação, taxa básica de juros e PIB.

Por exemplo, o mercado agora espera que a taxa básica de juros, a Selic, chegue a 8,25% este ano e 8,5% em 2022. Na semana passada, a expectativa era de 8% para ambos os casos. A premissa é que o BC terá de aumentar os juros para um patamar maior para controlar a inflação de 2022.

Nesta semana, o BC se reúne novamente para decidir sobre a Selic. Atualmente em 5,25%, a expectativa é que ela suba mais 1 ponto percentual (p.p).

Inflação esta que deve subir mais do que o previsto na semana passada. O relatório mostra uma projeção de 8,35% para 2021 e de 4,1% para 2022, contra números de 8% e 4,03% no documento divulgado na última segunda-feira.

Para este ano, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 p.p para cima ou para baixo. O BC não deve cumprir essa meta e com isso, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, deverá mandar uma carta para o ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando as razões para o descumprimento e o que deve fazer para cumprir em 2022.

Para o ano que vem, a meta é de 3,5% e o BC tem tentando direcionar as expectativas para baixo, mas elas vêm subindo por nove semanas seguidas no relatório Focus.

Já o PIB de 2021 foi mantido em 5,04%, depois de uma queda do patamar de 5,27% há quatro semanas. Alguns bancos e consultorias já estão prevendo crescimento abaixo de 1% para 2022, como o Itaú e o JP Morgan, citando juros mais altos, “ruídos institucionais” e um cenário pior para a economia global.