Astronomia

Equinócio abre a primavera, período mais quente e seco do ano em Pernambuco; entenda o fenômeno

Primavera é conhecida também como 'estação das flores' - Ingrid Santana/Pexels

A primavera no Hemisfério Sul começa na tarde desta quarta-feira (22), mais precisamente às 16h21, quando o Sol estará exatamente sobre a Linha do Equador. A estação das flores, como é conhecida, é aberta com o equinócio, evento astronômico que marca este início da estação.

Apesar de Pernambuco estar localizado em uma região tropical e, por isso, não ter as quatro estações tão bem definidas como em zonas temperadas e frias, a primavera é marcada por ser o período mais quente e seco do ano, com as maiores temperaturas, que podem chegar a até 40ºC no Sertão, e a redução nos índices de chuvas.

O coordenador do Observatório da Sé, administrado pelo Espaço Ciência, Cleiton Batista, explica que o equinócio é o momento do ano em que os dias e as noites são iguais, com durações aproximadas de 12 horas cada. 

“Isso acontece porque nenhum dos polos da Terra está inclinado em relação ao Sol. Quando a gente tem o solstício [fenômeno equivalente que marca o início do inverno e do verão], a Terra está inclinada em relação ao Sol e a gente vai ter uma parte do globo recebendo maior incidência solar e outra parte, menor”, explicou.

A inclinação de 23,5º do globo faz com que os raios solares, ao longo dos 12 meses do ano, incidam de forma diferente sobre as regiões do planeta. Enquanto no Hemisfério Sul começa a primavera, no Hemisfério Norte tem início o outono. As estações seguem até a última quinzena de dezembro, quando dão lugar ao verão e ao inverno, respectivamente.

“São essas configurações que fazem com que o planeta, ao longo do ano, no seu movimento de translação [deslocamento da Terra ao redor do Sol] gere as diferentes estações do ano”, acrescentou Cleiton.

A palavra equinócio deriva do latim aequinoctium (aequus: igual; e noctis: noite) e significa exatamente “noites iguais”. “A gente tem a equivalência nesse momento e os equinócios do ponto de vista astronômico ocorrem duas vezes ao ano, no outono e na primavera, da mesma forma que os solstícios”, continuou o coordenador do Observatório. 

Dias e noites iguais só ocorrem exatamente neste dia do equinócio nos hemisférios. “A partir de amanhã, quando a Terra sai dessa posição em relação ao Sol, vamos tendo um aumento gradativo dos dias em relação às noites”, acrescentou Cleiton. Após a primavera, o Hemisfério Sul entra no verão, caracterizado por dias maiores que as noites. 

Estações do ano no Hemisfério Sul (Arte: Divulgação)

 
Tempo quente e seco
A meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) Vilurdes Lopes explica que os três meses de primavera são considerados os mais secos e quentes do ano no Estado, principalmente no Litoral, Zona da Mata e Agreste. 

“No Sertão, podem ocorrer temperaturas de até 40ºC e umidade mais baixa, muitos dias abaixo de 20%, muito prejudicial à saúde. No Agreste, alguns municípios podem ficar abaixo de 30%”, explicou. Nesse cenário, a hidratação é fundamental, bem como a proteção em caso de exposição aos raios solares. No Litoral, esse índice pode chegar a 40% e na Zona da Mata, 30%.

No Agreste, as temperaturas do ar podem ser superiores a 34°C. Na Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife, os valores ultrapassaram os 32°C. 

A meteorologista acrescenta que, nesta época do ano, há pouca incidência de sistemas que provocam chuva, mais comuns apenas no final da primavera, entre o fim de novembro e dezembro, quando o Sertão, por exemplo, costuma registrar precipitações. 

O calor e tempo sentido nos últimos dias na Região Metropolitana do Recife (RMR) já são um indício da chegada dessa época mais quente e seca. “Nesse finalzinho de inverno, já tem alguns municípios com temperaturas de até 1 grau acima da média, a tendência é que essas temperaturas mais altas continuem”, completou a meteorologista.

Semana de Astronomia
Até o próximo domingo (26), o Espaço Ciência celebra a Semana Estadual de Astronomia, com atividades remotas como bate-papos, oficinas, desafios, podcast, transmissão ao vivo da observação da Lua e realização do Experimento de Eratóstenes.