ELEIÇÕES 2022

Lula consolida a liderança à frente de Bolsonaro na pesquisa Ipec para eleição presidencial

Ex-presidente aparece com 48% das intenções de voto e Bolsonaro, 23%; Lula também vence em outro cenário com 45%, contra 22% do atual presidente

Lula e Bolsonaro - Agência Brasil/Marcus Corrêa/Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece na liderança da corrida pelo Planalto nas eleições de 2022, com 48% das intenções de voto, 25 pontos percentuais a mais que o segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem 23% das intenções de voto segundo a pesquisa Ipec. Em votos válidos, o resultado significa que o petista venceria em primeiro turno.

O pedetista Ciro Gomes (PDT), que deve disputar a quarta eleição presidencial, oscilou positivamente de 7% para 8% das intenções de voto. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece em terceiro lugar com 3%, dois pontos percentuais a menos do que no levantamento realizado em junho. João Doria foi o único tucano incluído na pesquisa.

As prévias do PSDB começaram oficialmente nesta segunda-feira e ainda vão indicar oficialmente o candidato do partido que vai disputar a Presidência da República. Ao todo, quatro candidatos fizeram a inscrição no processo interno: Doria, Leite, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-senador e ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB-AM). As campanhas dos dois últimos até agora, porém, se restringem a movimentos internos e eles têm sinalizado simpatia a Leite.

A pesquisa Ipec ainda mostra que o ex-ministro da Saúde na gestão Bolsonaro Luiz Henrique Mandetta (DEM) permanece com 3% das citações, enquanto brancos ou nulo somam 10%, mesmo índice apresentado na pesquisa anterior. Os que não sabem ou não responderam eram 3% e agora somam 4%.

Em outro cenário proposto pela pesquisa, desta vez com mais candidatos apresentados aos entrevistados, o ex-presidente Lula aparece com 45% das intenções de voto, enquanto Jair Bolsonaro foi indicado por 22% dos entrevistados. Neste cenário, Lula estaria no limite da margem de erro para vencer já no 1º turno se as eleições fossem hoje.

Ciro Gomes recebeu 6% das intenções de voto, seguido pelo ex-juiz Sergio Moro, com 5%. O apresentador de televisão José Luiz Datena, postulante pelo PSL, foi apontado por 3% dos entrevistados, e João Doria por 2%.

Mandetta e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foram indicados por 1% dos entrevistados cada um. Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Simone Tebet (MDB) não pontuaram. 9% dos entrevistados declararam votar branco ou nulo, e 5% disseram não saber ou não responderam.

O ex-presidente Lula aumentou a vantagem que tinha na região Nordeste e oscilou de 63% para 65% das intenções de voto. Entre os que têm apenas o ensino fundamental I também saltou de 52% para 61%. O levantamento também destaca que as intenções de voto em Lula são maiores quanto menor a renda familiar mensal: varia de 29% entre quem tem renda familiar mensal acima de 5 salários mínimos para 59% entre quem tem renda familiar até 1 salário mínimo.

Já o atual mandatário, Jair Bolsonaro, se destaca entre os eleitores da região Norte e Centro-Oeste, oscilando positivamente de 28% para 31%. O número de eleitores evangélicos que citaram Bolsonaro caiu um ponto percentual, oscilando de 32% para 31%. No caso de Bolsonaro, ao contrário do ex-presidente petista, as menções ao presidente aumentam quanto maior a renda familiar mensal do entrevistado, passando de 16% entre quem tem renda até um salário mínimo para 40% entre quem tem renda acima de cinco salários mínimos.

Ciro Gomes tem a preferência dos eleitores com ensino superior (13%). Os demais candidatos apresentam intenções de voto distribuídas de maneira homogênea nos segmentos analisados.

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 16 e 20 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral.

O Ipec foi criado por ex-executivos do Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política.