CPI da Covid

Danilo Trento nega participação sobre negociação da Covaxin e silencia sobre 'arquitetura ideal'

Diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento - Pedro França / Agência Senado

Em depoimento à CPi da Pandemia, no Senado, o diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, numa série de respostas ao relator Renan Calheiros (MDB-AL), alegou que, como diretor institucional da Precisa Medicamentos, não participou das tratativas da compra da vacina indiana Covaxin. Negou, ainda, ter pedido ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que telefonasse ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para acelerar a negociação. Segundo ele, o preço de US$ 15 estipulado pela fabricante Bharat estava dentro da faixa cobrada de outros clientes, entre US$ 15 e US$ 20.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), leu a íntegra de e-mail atribuído ao investigado Marconny Albernaz de Faria, descrevendo a "arquitetura ideal" para direcionar uma licitação de compra de testes de covid-19. Trento teria participado da elaboração dessa "arquitetura". "Como o senhor se sentiu redigindo esse documento? O senhor acha que está dando uma contribuição?", perguntou Renan. Danilo Trento recorreu ao direito ao silêncio e não respondeu.

Direito ao silêncio
O depoente afirmou ter viajado duas vezes para a Índia, mas não informou as datas. O depoente se recusou a responder sobre o motivo de a Precisa Medicamentos ter pago mais de R$ 5 milhões para a empresa Barão Turismo. Trento também não respondeu sobre o motivo Rafael Barão, proprietário da agência de turismo, estar presente na viagem.Trento usou o direito ao silêncio para respostas que possam o incriminar, obtido através de habeas Corpus do Supremo Tribunal Federal.

Barão Turismo
Danilo Trento confirmou que a Barão Turismo já recebeu valores em favor da Primarcial Holding e Participações, empresa da qual é sócio. "Serviços prestados a ela [Primarcial], foram pagos por ela [Primarcial]", esclareceu.

Ao ser questionado se a Barão Turismo já repassou valores a terceiros em favor da Primarcial, Precisa ou outras empresas do grupo de Francisco Maximiano, o depoente ficou em silêncio.

 


 

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