Vela

Cauteloso, Patoruzú defende favoritismo na 32ª edição da Refeno

Trimarã pernambucano foi a campeão das edições de 2018 e 2019 da maior regata oceânica do Brasil

Patoruzú ganhou o Fita Azul de 2018 e 2019 - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O Mirante do Boldró, espaço de cerca de 500 metros que fica de frente para a praia de mesmo nome, em Fernando de Noronha, é famoso pela vista do pôr do sol. Cena que atrai turistas de todo o mundo. Em breve, a paisagem terá o acréscimo de outra imagem: a das embarcações que disputarão a 32ª Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha (Refeno). Uma delas terá a honra de cruzar a linha de chegada em primeiro. A julgar pelos resultados mais recentes, o barco pernambucano Patoruzú é um dos grandes favoritos a faturar o Fita Azul e, assim como o crepúsculo no arquipélago, receber os primeiros aplausos do público. 

A embarcação pernambucana, fabricada no Cabanga Iate Clube, é a atual bicampeã da Refeno, vencendo a competição nos anos de 2018 e 2019. Em 2020, por conta da pandemia da Covid-19, a prova foi cancelada, retornando em 2021, com largada programada para este sábado, a partir das 11h, no Marco Zero, no bairro do Recife Antigo. Diferente das edições anteriores, em que foi comandado por Higinio Marinsalta, argentino radicado em Pernambuco há 40 anos, o Patoruzú terá como capitão Carlos Moura, o “Carlito”, presente na tripulação nos dois títulos passados.

“Participei de 22 edições da Refeno, mas essa eu deixei para Carlito comandar. A estratégia está bem montada, mas tudo pode mudar no dia da regata. O segredo é não começar com o ‘pé na tábua’. Fazer isso com o trimarã é perigoso. Forçar muito de início pode fazer o barco quebrar”, disse Higinio. Uma das novidades, em relação à edição de 2019, é a data da competição, que voltou a ser disputada em setembro - há dois anos, a largada foi em outubro.

“O mês de setembro, tradicionalmente, tem ventos mais fortes do que em outubro. Em compensação, o mar fica menos ‘mexido’, diminuindo o fenômeno do ‘swell’ (ondulações). Para este ano, tivemos que ter um cuidado maior porque o barco passou mais tempo sem uma manutenção diária durante o tempo em que o Cabanga ficou fechado devido à pandemia. Isso fez com que a embarcação acumulasse mais problemas, gerando uma atenção maior na preparação para a Refeno”, declarou Carlito. 

Na luta pelo tricampeonato, o Patoruzú está atento aos adversários. Um, em especial, chama atenção. “Quem pode dificultar um pouco é o Aventureiro 4. Eles têm um catamarã de última geração, com velas perfeitas, navegando muito bem”, citou Higinio. A embarcação, também pernambucana, está estreando na Refeno, sob o comando de Hans Hutzler. 

Nome

A escolha por "Patoruzú" como nome do barco tem relação com a origem do antigo capitão. O termo remete a um índio de um desenho animado da Argentina, antigo apelido de Higinio. O personagem é tido como uma pessoa justa e forte, características que o velejador quis trazer para a embarcação.