Mercado aumenta projeção de inflação e vê crescimento do PIB próximo a 1,5% em 2022
Por outro lado, os agentes de mercado mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros, a Selic
Os agentes do mercado financeiro revisaram para baixo, pela quarta semana seguida, suas projeções para o crescimento do PIB em 2022. No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC) a alta esperada para a atividade no ano que vem é de 1,57%. Há quatro semanas, era de 2%.
As expectativas vêm se deteriorando nas últimas semanas, acompanhando as discussões que aumentam o risco fiscal, como a da solução para o pagamento dos precatórios, e as surpresas para cima da inflação, que chegou a 10% na prévia para o mês de setembro.
Além disso, as incertezas causadas pelo processo eleitoral também contribuem para a piora das projeções.
Esse movimento também pode ser visto nas expectativas para a inflação em 2021 e 2022. Para este ano, a projeção subiu pela 25ª semana seguida e atingiu 8,45%, contra 7,27% há um mês. Já para 2022, o Focus registrou a 10ª alta seguida e agora o mercado espera o IPCA em 4,12% no ano que vem, acima dos 3,95% esperados quatro semanas atrás.
Se esse resultado for concretizado, a inflação ficará acima do centro da meta estabelecida para o ano que vem, de 3,5%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância, de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
As seguidas revisões nas expectativas de inflação têm contribuído para que o BC continue subindo a taxa básica de juros, a Selic. Na semana passada, os juros subiram pela quinta vez seguida e chegaram a 6,25% ao ano e não devem parar por aí.
O Banco Central já sinalizou uma nova alta de 1 ponto percentual na próxima reunião e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, afirmou que os juros vão subir até onde for necessário para controlar a inflação.
Depois desse movimento do BC na semana passada, as expectativas para a Selic pararam de subir. A projeção do mercado é que a Selic fique em 8,25% este ano e 8,5% em 2022.