TECNOLOGIA

Ecommerce estimula o surgimento de novas carreiras em tecnologia

São funções que aceitam profissionais de origens distintas

Trabalho remoto - Freepik

Enquanto a pandemia desacelera, o comércio eletrônico continua em ascensão. Mas, à medida que as áreas de marketing virtual, atendimento e vendas crescem, fica mais difícil encontrar programadores, desenvolvedores, designers e analistas de BI (sigla em inglês para inteligência de negócio).

São funções que aceitam profissionais de origens distintas. Para Fernanda Winck, diretora de operações de marketplace da Via, detentora de marcas como Casas Bahia, os candidatos devem ter interesse por tecnologia e disposição para aprender e ensinar.

"Faz parte da nova era da empregabilidade: os profissionais são polivalentes e acabam dando espaço para o desenvolvimento de outras habilidades", afirma Winck.
 

Na opinião de Eduardo Souza, copresidente do ecommerce de vinhos Evino, as habilidades mais importantes são capacidade de inovar, pensamento analítico, visão sistêmica e aptidão para lidar com a diversidade de pessoas, além de estar conectado às redes sociais.

Dos cerca de cem alunos selecionados mensalmente para os cursos da Gama Academy, que prepara trabalhadores para o mercado digital, 55% estão em transição de carreira, segundo Guilherme Junqueira, fundador da empresa. Para ajudar quem não sabe se têm vocação, a escola oferece um programa de iniciação.

Flávio de Moraes Correia, diretor de operações multicanais da RD, grupo que reúne as redes de farmácias Raia e Drogasil, conta que, sob seu guarda-chuva, há administradores, engenheiros, programadores e outros profissionais de tecnologia.

"Isso não significa que essas pessoas ficam restritas às funções que têm ligação direta com sua formação de base", explica Correia. Antes da pandemia, ele liderava 80 pessoas -agora comanda mais de 500 e continua contratando.

Correia cita como exemplo um de seus braços direitos, Denis Mascarenhas, 33, gerente de bots e design conversacional. Essa é uma das competências mais recentes no segmento. Segundo Mascarenhas, a área usa inteligência artificial para mediar a interação via chatbot entre consumidor e empresa, possibilitando uma conversa mais fluida, que não depende só de respostas pré-determinadas.

Ele se formou há 12 anos em publicidade e pouco depois fez a transição do mercado offline, onde atuou como designer gráfico, para o online.

"Aconteceu naturalmente, conforme os lugares em que eu trabalhava pediam que eu desenvolvesse uma nova área", conta Mascarenhas. "Assim fui parar no marketing digital, migrei para o marketing de ecommerce e, então, para a gestão de tecnologia."

ANALISTA DE MARKETING DE PERFORMANCE
Formação: Cursos técnicos e de pós-graduação em digital data marketing, gestão de marketing digital (estratégia, prática e performance)

Salário médio: R$ 5.000

Onde estudar: ComSchool, Digital House, EBAC e Gama Academy (capacitações técnicas), FIA e FIAP (pós-graduação)

ANALISTA DE BUSINESS INTELLIGENCE
Formação: Cursos livres, de extensão e pós-graduação que capacitam o profissional para fazer análises preditivas

Salário médio: R$ 4.900

Onde estudar: Cursos livres na ComSchool, Digital House, Esecom, Senac Online. Pós-graduação na EAD PUC Minas (Analytics and Business Inteligence), FIAP (MBA em Business Intelligence & Analytics), Live University (MBA em Inteligência de Mercado)