Febraban confirma atuação de presidente da Caixa para evitar adesão a manifesto sobre 7 de setembro
Pedro Guimarães ameaçou retirar o banco público da entidade
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) respondeu ao Ministério Público Federal (MPF) e confirmou que, por meio de "contatos informais", o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ameaçou retirar o banco público da entidade em caso de assinatura do manifesto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O documento em questão, preparado antes dos atos de 7 de setembro, abordava a preocupação com o aumento da tensão entre os Poderes.
Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a Procuradoria da República no Distrito Federal investiga se Guimarães utilizou seu cargo para pressionar indevidamente empresários e lideranças da Fiesp e da Febraban contra o manifesto.
"O presidente da Caixa Econômica Federal, em contatos informais, antecipou a posição contrária da Instituição Financeira à adesão ao manifesto pela Febraban e informou que, caso ocorresse, haveria a desfiliação da Caixa", diz trecho da resposta enviada ao MPF.
Na resposta, a entidade anexou uma série de troca de e-mails sobre a assinatura do manifesto. A documentação mostra que Guimarães, em 1º de setembro, chegou a solicitar ao presidente do Conselho Diretor da Febraban uma reunião presencial do colegiado para uma "nova deliberação sobre a adesão da entidade ao manifesto".
O presidente do banco público argumentou na mensagem que "por exigência fundada no interesse social" e "de modo a evitar exposição negativa de mídia" seria necessária a realização do encontro presencial. O pedido foi negado um dia depois.