Minas Gerais

Zema ganha afago de Bolsonaro e retira máscara a pedido de simpatizantes do presidente

Zema ainda foi afagado pelos apoiadores do presidente, que protestaram contra o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - Assembleia Legislativa de MG/Divulgação

Um mês depois de rebater o governo federal sobre o impacto do ICMS no preço dos combustíveis, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), mostrou nesta quinta-feira (30) seguir alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

Os dois participaram do anúncio de obras para extensão do metrô da capital mineira. A solenidade ocorreu no Palácio Tiradentes, sede do governo do estado, em Belo Horizonte.

Zema mostrou entrosamento também com os simpatizantes bolsonaristas que acompanharam a cerimônia.

Ao começar a discursar, o governador – o único entre as autoridades que usava máscara – retirou a proteção a pedido dos presentes, que vibraram com o seu gesto.


Zema ainda foi afagado pelos apoiadores do presidente, que protestaram contra o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). O chefe do poder executivo municipal é o provável rival de Zema na disputa pelo Palácio Tiradentes no ano que vem. Em coro, os manifestantes gritaram "fora Kalil".

Zema foi eleito em Minas Gerais na onda bolsonarista que varreu o país nas eleições de 2018. No final de um dos debates televisivos entre candidatos, ainda no primeiro turno, Zema chegou a pedir votos para Bolsonaro.

O Novo, partido do governador, naquele momento tinha João Amoedo como candidato na disputa pelo Palácio do Planalto. Hoje o partido vive um racha nacional diante de divergências sobre apoio e críticas a Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, Bolsonaro também afagou Zema. "Como é bom ter um governador da estatura do Romeu Zema. Um homem que ninguém conhecia na política. Foi uma surpresa para todos nós a sua ascensão. A humildade do Zema é o segredo do seu sucesso aqui em Minas Gerais", disse.

O presidente ao discursar voltou a falar do impacto do ICMS nos preços dos combustíveis, mas, desta vez, ponderou não querer brigar com governadores sobre o tema. O tributo é uma das principais fontes de arrecadação dos estados.

Em 27 de agosto, em uma série de 10 publicações na rede social, Zema afirmou não ter feito mudanças nas alíquotas do ICMS no estado. À época, Bolsonaro havia dito que a culpa da gasolina cara era dos governadores.

"Sobre os combustíveis, vamos deixar algumas coisas claras. Não houve nem haverá aumento de impostos na minha gestão. O ICMS dos combustíveis em Minas é o mesmo desde 2018, quando a gasolina era R$ 4", disse, no primeiro tuíte da série.