Diretor da OMS pede apoio à OEA para pacto global contra pandemias
"A lição é clara", disse ele ao abrir uma sessão virtual extraordinária do Conselho Permanente da OEA
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quinta-feira (30) aos países das Américas que apoiem um pacto global legalmente vinculante para enfrentar futuras pandemias, tendo em vista a tragédia da Covid-19.
Tedros Adhanom Ghebreyesus reiterou à Organização dos Estados Americanos (OEA) o apelo que fez na semana passada às altas autoridades de saúde da região.
“A lição é clara”, disse ele ao abrir uma sessão virtual extraordinária do Conselho Permanente da OEA, convocada para analisar a evolução da pandemia no continente.
"A única maneira de lidar com uma ameaça global é por meio da cooperação global. É por isso que agora existe um emergente consenso global quanto à ideia de um acordo internacional legalmente vinculante sobre preparação e resposta a pandemias, para fornecer uma estrutura abrangente para a segurança da saúde global", afirmou.
“Buscamos o apoio de todos os estados da América para esta ideia tão necessária”, declarou Tedros, em uma mensagem muito breve na qual repetiu o pedido de 20 de setembro perante o Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Carissa Etienne, diretora da Opas, fez um apelo pela superação das "marcadas divisões" entre e dentro dos países das Américas em busca de "melhor coordenação" para acabar "mais rapidamente" com a crise causada pela pandemia.
A prioridade um, disse ela, é ter acesso às vacinas o mais rápido possível, tanto aquelas adquiridas e doadas por meio do mecanismo Covax, que é facilitado pela Opas na região, quanto aquelas adquiridas pelo Fundo Rotatório da organização com preços acessíveis.
Etienne também exortou os países das Américas a investirem em seus sistemas de saúde, lembrando que a maioria não destina os 6% recomendados do PIB nacional à saúde pública.
Além disso, ela enfatizou que a Opas busca reduzir a dependência da região de suprimentos médicos importados.
O principal epidemiologista dos Estados Unidos, Anthony Fauci, ressaltou o compromisso do governo de Joe Biden em garantir o acesso às vacinas para seus vizinhos, evidenciado pelos milhões de doses doadas, e citou a importância de monitorar doenças emergentes.
“É fundamental que todos os nossos países se comprometam a fortalecer a vigilância de doenças emergentes e a capacidade de pesquisa de doenças infecciosas e, em particular, a compartilhar abertamente os dados”, disse Fauci.
A sessão, convocada pelo Peru, que nesta quinta-feira encerrou sua gestão na presidência do Conselho Permanente da OEA, contou com intervenções dos presidentes da Colômbia, Iván Duque, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, e da primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, assim como de vários ministros e vice-ministros da região.
Também discursaram funcionários do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Corporação Andina de Fomento (CAF) e até do fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).