Crise na Inglaterra

Soldados britânicos abastecem postos para aliviar crise

Há quase duas semanas, longas filas se formam nos postos, devido a problemas de abastecimento

Combustível na Inglaterra - Lindsey Parnaby/AFP

Caminhoneiros do Exército britânico começaram a se mobilizar nesta segunda-feira (4) para reabastecer os postos de gasolina, que estão sem combustível pela falta de motoristas especializados para transportá-lo dos pontos de armazenamento.

Depois de receberem treinamento específico para dirigir esses caminhões e abastecer as bombas de gasolina, cerca de 200 militares devem ser mobilizados no âmbito dessa operação. 

Em um primeiro momento, vão atender principalmente postos em Londres e no sudeste da Inglaterra, onde os problemas se concentram. 

"Estamos trabalhando estreitamente com o setor para ajudar a aumentar os estoques de combustível, e há sinais de melhora nos estoques dos postos de gasolina de todo Reino Unido, já que a demanda continua se estabilizando", disse um porta-voz do governo.

"Os estoques em Londres e no sul da Inglaterra estão sendo repostos em um ritmo um pouco mais lento do que em outras partes do Reino Unido, motivo pelo qual mobilizamos pessoal militares para aumentar o abastecimento nestas áreas", completou. 

Embora o primeiro-ministro Boris Johnson tenha dito, no domingo (3), que a situação estava "se acalmando", 22% dos postos de gasolina em Londres e no sudeste da Inglaterra continuavam sem combustível, afirmou o diretor da Associação de Varejistas de Combustível, Gordon Balmer, nesta segunda-feira.

Dos cerca de 1.100 postos, com os quais entrou em contato ontem, alguns estão há mais de uma semana sem combustível.

"Esperamos que a situação melhore esta semana", disse Balmer ao canal Sky News, advertindo, porém, que a reposição dos estoques pode demorar até 10 dias.

Há quase duas semanas, longas filas se formam nos postos, devido a problemas de abastecimento causados pela falta de até 100 mil caminhoneiros, conforme responsáveis do setor. 

Essa situação é consequência da escassez de mão de obra provocada pela pandemia da Covid-19 e pelo Brexit, com problemas de distribuição que também afetam supermercados, redes de fast-food, bares e restaurantes.