Motorista que atropelou advogada em manifestação presta depoimento no DHPP
Investigações seguem em andamento por meio do DHPP e o delegado Elielton Xavier está à frente do caso
Até esta terça-feira (05), nove testemunhas que presenciaram o atropelamento da advogada de 28 anos durante a manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro e o motorista que estava conduzindo o veículo, prestaram depoimentos sobre o caso no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife. Nesta quarta (06), será realizada uma perícia no carro envolvido no acidente. O motorista do veículo fugiu sem prestar assistência à vítima.
O caso, que aconteceu no bairro de Santo Antônio, no Recife, no último sábado (02), no final da manifestação, está sendo investigado como tentativa de homicídio. As investigações seguem em andamento por meio do DHPP e o delegado Elielton Xavier, da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios, está à frente.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que as providências cabíveis estão sendo tomadas.
“As primeiras ações de polícia judiciária no caso foram realizadas no final de semana por equipe da Força Tarefa de Homicídios com apoio de equipe da Divisão Especializada de Apuração de Homicídios (DEAH). Todas as providências estão sendo tomadas para o esclarecimento dos fatos. No momento, não é possível fornecer mais informações para não atrapalhar o andamento das diligências”.
Depoimentos
De acordo com a advogada da vítima, Priscilla Rocha, os depoimentos das testemunhas afirmam que o motorista estava nervoso e discutia com os manifestantes antes do ocorrido.
“A versão das testemunhas é que o motorista furou o bloqueio que havia por causa da manifestação. A advogada, que estava na frente, tentou conversar para tentar fazer com que ele parasse. O motorista começou a discutir com os manifestantes e os relatos dizem que ele estava com muita raiva e houve uma confusão muito grande na hora. Algumas testemunhas relataram que ele mostrou uma arma e disse que era policial, mas não apontou para ninguém. Nesse momento, ele acelerou em cima da advogada que foi arrastada por volta de 100 metros, atropelada e depois ele seguiu sem prestar socorro”, afirmou.
Estado de saúde
Ainda segundo Priscilla, a vítima está estável, mas segue internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Real Hospital Português, sem previsão de alta.
“A hemorragia e o ferimento na cabeça foram controlados. Segundo os médicos, a advogada não vai ter nenhuma lesão neurológica, mas as pernas foram bem machucadas e precisou colocar 10 pinos ao total, oito de um lado e dois do outro. Ela também teve um rompimento no ligamento do tornozelo e vai passar alguns meses sem conseguir pisar no chão, vai ser uma recuperação bem lenta”, explicou Priscilla.