Crise climática

Ilhas do Pacífico pedem ações urgentes contra mudança climática

O primeiro-ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, ressaltou que os países do Pacífico estão sofrendo a pior parte do aquecimento global

As emissões de CO2 - Pixabay

Os líderes das ilhas do Pacífico exigiram que os países industrializados passem urgentemente à ação na próxima cúpula do clima, a COP26, diante do desolador panorama ambiental que enfrentarão no futuro próximo. 

O primeiro-ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, ressaltou que os países do Pacífico estão sofrendo a pior parte do aquecimento global e, nesse sentido, querem ser ouvidos na cúpula da ONU sobre mudança climática, em Glasgow (Reino Unido), no mês que vem.

"Para o nosso bem e de toda humanidade, nós, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, vamos usar toda nossa autoridade moral contra os principais emissores que se recusam a ir a Glasgow com compromissos fortes", disse ele na noite de quinta-feira (7), em uma cúpula virtual apoiada pela União Europeia. 

A COP26 reunirá representantes de 196 países na maior cúpula do clima desde a realizada em Paris em 2015, que terminou com o compromisso de se limitar o aquecimento global a 2°C, ou 1,5°C, se possível, em relação ao nível pré-industrial.

Bainimarama pediu compromissos sólidos nesta cúpula para pôr fim ao uso de combustíveis fósseis o mais rápido possível e advertiu que Glasgow não pode terminar "em uma ladainha de boas intenções". 

"As consequências da inação são inimagináveis", insistiu, citando o desaparecimento de amplas zonas costeiras, ou migrações em massa causadas pelo clima. 

O presidente das Ilhas Marshall, David Kabua, observou que é difícil para aqueles que estão longe da linha de frente da crise entender como o quão "urgente e inevitável" é a mudança climática no Pacífico.

"Enfrentamos as questões mais difíceis: que ilhas preservar, o que acontece quando nosso povo tem de emigrar contra sua vontade, como preservar nossa cultura?", afirmou.

"Meu país e esta região precisam que o mundo reconheça que isso não pode esperar", completou.