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Conferência mundial da biodiversidade começa na China

Logo COP15 - Divulgação

A grande conferência sobre a biodiversidade do planeta, COP15, começa nesta segunda-feira (11) na China, com o objetivo de preservar a natureza da mudança climática e da ação humana, depois de uma década perdida em nível mundial.

A 15ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre a Biodiversidade (CDB) das Nações Unidas acontece de forma virtual de 11 a 15 de outubro, após vários adiamentos provocados pela pandemia de coronavírus, meses antes das negociações presenciais que acontecerão em Kunming, no sudoeste da China, de 25 de abril a 8 de maio de 2022.  

A COP15 serve de preâmbulo para a COP26 de Glasgow (Escócia), em novembro, onde a natureza também terá um espaço importante na luta contra a mudança climática.

Maior poluidor do planeta, a China buscou se posicionar, nos últimos anos, como líder mundial em questões ambientais, depois que Washington se retirou de seus compromissos climáticos durante o governo de Donald Trump (2017-2021).

A sessão online, que começa esta tarde, abordará os detalhes de um novo documento com metas para a proteção dos ecossistemas para 2030.

Em debate, está o plano "30/30", que visa a conceder "status" de proteção a 30% das terras e oceanos até 2030, medida apoiada por uma ampla coalizão de países, além do objetivo de eliminar os resíduos plásticos. 

A China ainda não se comprometeu com o plano 30/30.

Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, devido à invasão humana de seus habitats, superexploração, poluição, disseminação de espécies invasoras e mudanças climáticas. 

A CDB foi ratificada por 195 países e pela União Europeia (UE), mas não pelos Estados Unidos, maior poluidor histórico do mundo. Suas partes se reúnem a cada dois anos.

Na sexta-feira (8), a China disse que "dá alta prioridade à proteção da biodiversidade e ao estabelecimento de uma rede de áreas protegidas e parques nacionais". 

Além disso, Pequim planeja apresentar uma "Declaração de Kunming" esta semana, que marcará as linhas de sua liderança ambiental.

As divisões persistem, porém, quanto às metas de ação urgente nas próximas décadas.

França e Costa Rica fazem parte de uma coalizão em apoio à iniciativa de declarar 30% dos oceanos e terras como áreas protegidas até 2030. No sentido contrário, Brasil e África do Sul se opõem ao apelo dos cientistas por ações mais ambiciosas na proteção da diversidade biológica. 

Da mesma forma, o financiamento tem sido uma fonte de tensão, em um momento em que os países em desenvolvimento exortam as nações ricas a pagarem por sua transição ecológica.

As discussões sobre biodiversidade na COP15 são separadas da COP26, de maior visibilidade, que começará em novembro, em Glasgow, na Escócia, onde os líderes mundiais terão de enfrentar a crise climática.