OMS apresenta nova equipe de especialistas para investigar novos patógenos
Alguns dos especialistas selecionados já participaram da missão científica conjunta da OMS e China sobre a origem da Covid-19
Mais de vinte especialistas de alto escalão investigarão para a Organização Mundial da Saúde (OMS) os novos agentes patógenos e voltarão a estudar a origem da Covid-19.
O coronavírus mostrou que nem o mundo nem a OMS estavam preparados para uma pandemia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou o lançamento de um "Grupo de Aconselhamento Científico sobre as origens dos novos agentes patógenos", chamado "SAGO" em suas siglas em inglês.
Após uma convocação de candidaturas, a OMS selecionou 26 de 700, entre as quais estão o virologista alemão Christian Drosten; Inger Damon, dos Centros de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos; Jean-Claude Manuguerra, virologista do instituto Pasteur da França e Yungui Yang, vice-diretor do Instituto de Genômica de Pequim.
"Segundo os procedimentos da OMS, haverá um período de consulta pública de duas semanas, para que a OMS receba comentários sobre as proposições dos membros do SAGO e para que implemente as modalidades da primeira reunião", explicou a agência da ONU em nota.
Alguns dos especialistas selecionados já participaram da missão científica conjunta da OMS e China sobre a origem da Covid-19, como a holandesa Marion Koopmans e o vietnamita Hung Nguyen.
Essa missão viajou em janeiro para Wuhan (China), onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez, e em 29 de março publicou um relatório.
O texto, porém, não incluía nenhuma resposta conclusiva, só enumerava quatro posssíveis cenários. Entre eles, o considerado mais verossímil foi o de que o vírus foi transmitido ao ser humano por um animal intermediário, infectado por um morcego.
Também foi levantada a hipótese de que o vírus tenha sido transmitido diretamente, sem intermediário; pela alimentação - como carne congelada - ou por um vazamento acidental de um laboratório, algo que, no entanto, foi estimado "extremamente improvável".
Esta última hipótese foi descartada praticamente desde o início, o que levou os autores do relatório a serem acusados de mitigar a responsabilidade da China. O chefe da OMS não demorou a afirmar que as quatro hipóteses estavam sobre a mesa.
No marco da pandemia, o SAGO terá que orientar a OMS sobre as próximas medidas a serem tomadas para entender quais são as origens do coronavírus SARS-CoV-2, publicando uma "avaliação independente" de todas as conclusões científicas e técnicas disponíveis no mundo.