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Netflix suspende funcionária que acusou especial de Dave Chappelle de transfobia

A funcionária, Terra Field, é engenheira de software da plataforma e havia acusado Chapelle de atacar a comunidade trans no seu stand-up mais recente, "The Closer"

Dave Chappelle - Reprodução/Instagram

A Netflix suspendeu uma funcionária trans que criticou o novo especial de comédia de Dave Chappelle nas redes sociais. A informação foi publicada pela revista americana Variety nesta segunda (11).

Segundo a Netflix, o afastamento dela e de outros dois empregados se deve à participação indevida dos três numa reunião trimestral do alto escalão da empresa.

"É falso dizer que nós suspendemos qualquer funcionário por tuitar sobre esse programa. Nossos empregados são encorajados a discordar abertamente dos nossos produtos e nós apoiamos seu direito de fazerem isso", afirmou um porta-voz da plataforma.

A funcionária em questão, Terra Field, é engenheira de software da plataforma e havia acusado Chapelle de atacar a comunidade trans no seu stand-up mais recente, "The Closer". "Nossa existência é 'engraçada' para ele –e quando nós apontamos isso, somos os 'ofendidos'", escreveu ela no Twitter.

Field ainda acusa Chapelle, que é negro, de jogar a comunidade trans contra outros grupos marginalizados.
A suspensão dos três funcionários levou Jaclyn Moore, produtora da série "Cara Gente Branca", também da Netflix, a anunciar seu desligamento da empresa nas redes sociais.

Moore, que também é uma mulher trans, disse que não poderia continuar trabalhando na mesma empresa que Chapelle depois de ouvir as piadas transfóbicas de "The Closer".

Em comunicado interno da empresa obtido pela Variety, o diretor-executivo da Netflix, Ted Sarandos, deu as diretrizes de como a chefia deveria lidar com o caso de Chapelle. Segundo o documento, ele é um dos artistas que mais gera audiência para a plataforma de streaming.

"Assim como em outros casos, nós trabalhamos muito para apoiar a liberdade criativa de nossos talentos –mesmo que isso signifique que haja conteúdos na Netflix que outras pessoas julguem como ofensivo", afirmou Sarandos.