'Zig Zag Arena' peca ao tentar resgatar infância com projeto grandioso de game
Um dos destaques da programação de jornalismo esportivo, Gentil não emplacou no núcleo de entretenimento
Desde que o “Se Joga” saiu definitivamente do ar, no fim de agosto deste ano, era grande a expectativa a respeito da nova aposta da Globo para Fernanda Gentil na emissora. Pudera. A jornalista deu expediente no esporte da emissora, com bastante repercussão, a ponto de ser alçada a um posto de destaque no entretenimento do canal. Mas, verdade seja dita, ainda não emplacou nessa área.
Uma pena, já que Fernanda era um dos principais destaques da cobertura esportiva e, agora, é direcionada para programas que não empolgam – tanto no que diz respeito à audiência quanto à crítica. Caso do novo game “Zig Zag Arena”, que vai ao ar nas tardes de domingo desde o último dia 3.
Não é de hoje que a Globo investe em games. Quadros como as “Olimpíadas do Faustão”, no extinto “Domingão do Faustão”, e o “Vídeo Game”, do clássico “Vídeo Show”, foram provas disto. No “Zig Zag Arena”, a ideia é muito boa. Porém, a preocupação excessiva em garantir ação prejudica a compreensão do que acontece no cenário. A inspiração nos jogos de tabuleiro e a extensa paleta de cores criam um ambiente confuso e, com isso, não é fácil acompanhar as disputas.
Fernanda está bem à vontade e dá para ver o quanto a apresentadora se empolgou nas gravações. Um ponto interessante é a estratégia de apresentar a competição com um clima de evento esportivo, com a participação do locutor Everaldo Marques, tendo Hortência e Marco Luque como comentaristas. Mas, no trio, é Everaldo mesmo quem se destaca.
A cada programa, duas equipes se enfrentam, normalmente lideradas por algum famoso. Na estreia, porém, houve uma aposta na emoção: médicos e enfermeiros, profissionais essenciais no combate à pandemia, foram os primeiros a encararem as competições do “Zig Zag Arena”. Com a temporada toda gravada, não vai ter muito como mexer na dinâmica do programa nesta primeira leva de episódios.
A ideia era resgatar brincadeiras da infância do público. Mas, por essência, são atividades lúdicas e com regras simples. Só que simplicidade é o que, de fato, não se vê no “Zig Zag Arena”. Se em alguns programas o uso intenso de tecnologia é um ponto positivo, ali mais atrapalha do que ajuda.
Além disso, apesar de ficar no ar por apenas uma hora, chega a levar cerca de 10 minutos para que as competições comecem. Ou seja, arrastam demais na conversa e na apresentação dos participantes, mas correm muito na hora de mostrar a disputa entre eles. Pode se dizer que o “Zig Zag Arena” é, então, um bom programa para se refletir se, de fato, menos pode ser mais.