Brasil fica de fora de 1ª viagem de secretário de Estado dos EUA à América do Sul
O presidente Jair Bolsonaro era próximo do ex-presidente Donald Trump e torceu publicamente pela derrota de Biden nas eleições americanas de 2020
O Brasil ficou de fora da primeira viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à América do Sul. O representante da gestão Biden viajará ao Equador e a Colômbia nos dias 19 a 21 de outubro.
Blinken se encontrará com o presidente do Equador, Guillermo Lasso, em Quito, na terça (19). No dia seguinte, vai a Bogotá, para uma reunião com o presidente Iván Duque, e ficará no país até quinta (21).
Na Colômbia, o secretário fará um discurso sobre os desafios enfrentados pela democracia na região. Ele também terá reuniões para tratar sobre o combate à imigração ilegal e o narcotráfico.
Mudanças climáticas, direitos humanos e novas oportunidades comerciais também serão debatidas nas reuniões entre os dois países, segundo anúncio feito pelo Departamento de Estado.
Na América Latina, Blinken já visitou também o México e a Costa Rica. Como secretário de Estado, ele chefia a diplomacia americana.
O governo Biden tem mantido distância da gestão de Jair Bolsonaro. Os dois presidentes ainda não se encontraram desde a posse do democrata, em janeiro deste ano. O líder brasileiro era próximo do ex-presidente Donald Trump e torceu publicamente pela derrota de Biden nas eleições americanas de 2020.
Bolsonaro foi a Nova York em setembro, para discursar na Assembleia Geral da ONU. Biden discursou em seguida, no mesmo local, mas os dois não se falaram. Protocolos para evitar o contágio pela Covid evitaram uma interação nos corredores, mas os dois poderiam ter marcado uma conversa, se houvesse interesse mútuo.
Na quinta, um grupo de 64 deputados democratas enviou uma carta a Biden pedindo um recuo na relação Brasil-EUA até que um novo líder ser eleito e que o status do Brasil de aliado extra-Otan seja retirado.
O parlamentar democrata Hank Johnson (Geórgia) e outros 63 legisladores apontaram as tentativas do presidente brasileiro Jair Bolsonaro de deslegitimar as eleições presidenciais de 2022 e para o apoio dele à contestação da vitória de Biden no pleito americano de 2020.
"Bolsonaro apoiou as declarações falsas de [Donald] Trump sobre fraude na eleição e foi um dos últimos líderes globais a reconhecer sua vitória eleitoral, o que põe em dúvida a disposição dele de aceitar os resultados da eleição brasileira em 2022", escrevem os legisladores.