Países que reabriram fronteira para brasileiros possuem grandes atrativos culinários
Os turistas que não dispensam um roteiro gastrô fora do Brasil podem aproveitar o acesso liberado para vacinados
O turismo gastronômico começa a recuperar o fôlego depois de um longo hiato provocado pela pandemia do novo coronavírus. Do segundo semestre para cá, as fronteiras internacionais começaram a abrir acesso direto para brasileiros vacinados (ou não), excluindo a necessidade de uma quarentena comprovada em países autorizados, por exemplo. O resultado disso é a expectativa otimista para os agentes de viagem acostumados às altas temporadas, como a do final do ano.
Para André Lima, diretor da agência pernambucana L3 Viagens, já há um incremento de 60% da demanda internacional este mês em relação ao mesmo período no ano passado. “As coisas começaram a voltar internamente em outubro de 2020, mas o meu forte sempre foi viagem para o exterior, desde 2013. Quando a Europa começou a abrir, o boom maior foi para Portugal. Este é sempre o destino mais procurado”, comenta, antes de adiantar as expectativas para a liberação de brasileiros nos Estados Unidos, em novembro. “Já tenho muito passageiro agendado para assim que eles abrirem”, reforça.
Tradição portuguesa
Portugal está aberta aos brasileiros desde o início de setembro. No entanto, o viajante precisa de um Certificado Digital Covid da União Europeia - pessoas que se vacinaram na UE - ou teste PCR negativo realizado 72 horas antes do embarque ou teste antígeno de até 48 horas. Documentos em mãos, a programação gastronômica é uma das mais valorizadas naquele território além-mar.
Os motivos são muitos, a culinária portuguesa ganhou um salto no século 15 com as descobertas dos ingredientes vindos das Grandes Navegações. Da Ásia, vieram a cana-de-açúcar e especiarias, como pimenta-do-reino e canela. Desde então, essa é a base das produções lusitanas, servidas com pescados, e reforçadas pelos doces à base de ovo e açúcar.
Entre os mais procurados, o pastel de nata - sendo o de Belém o mais famoso - reúne uma tradição de mais de 200 anos. Fama que atravessa o oceano e faz até a rede B.LEM, no Recife, vender seis mil pastéis por mês. A marca também aposta na produção de outros queridinhos lusitanos, como o pão de azeitonas, empada alentejana de Portugal - recheado com bacalhau.
Hermanos argentinos
Depois de quase um ano, a Argentina liberou o acesso de brasileiros vacinados no começo deste mês. A capital Buenos Aires, considerada um pedaço da Europa na América Latina, é o destino mais procurado pelos brasileiros, segundo André Lima, da L3 Viagens. Mas além da paisagem, o contexto gastronômico é um dos grandes atrativos da região.
Para o cozinheiro argentino Miguel Hidalgo, os itens óbvios são obrigatórios para qualquer visitante. “Como empanada e parrilla, consideradas carros-chefes. Tanto que, quem vai e não experimenta, ao voltar para o país de origem é como se não tivesse conhecido a Argentina. Mas uma coisa que gosto muito é o locro, um ensopado com feijão branco, milho, abóbora, que é feito tradicionalmente no 25 de maio (Dia da Pátria)”, diz, numa sugestão fora da rota comum.
“Também tem o sanduíche choripán, com linguiça, chimichurri e salada básica, que é importante para o argentino, assim como a coxinha é para o brasileiro”, completa Hidalgo. Tão simbólico quanto o doce de leite e o vinho, que é produzido em mais de 144 mil hectares de vinhedos.
Reino Unido e Estados Unidos
O Governo britânico tirou o Brasil da lista vermelha também no mês de outubro. Os “totalmente vacinados” podem entrar em Londres, na Inglaterra, e encontrar uma culinária que vem se reinventando desde as últimas décadas. Mas, pelo menos, três pedidas são consideradas pratos nacionais. O Roast Beef, ou filé assado com acompanhamentos; o fish and chips, peixe com batata frita; e o chicken tikka masala, um ensopado de frango com temperos indianos.
Já os Estados Unidos permitirão a entrada de brasileiros vacinados a partir de novembro. A culinária americana traduz a história daquele País, com a contribuição de cultura sul-americana, asiática e europeia. Muito além da fama de “nação fast-food”, é possível encontrar composições típicas, a exemplo do breakfast regado a waffle, ovos e bacon. A comida de rua segue bem representada com bastante hambúrguer e hot-dog. Petiscos tão simbólicos quanto o buffalo wing, asa de frango frita mergulhada em molho picante.
Também para vacinados
Alemanha
Eisbein (joelho de porco cozido)
Espanha
Paella, churros
França
Magret de Canard (carne de pato)
Holanda
Stroopwafel (biscoito com caramelo)
México
Tortilla, guacamole, burrito
Peru
Ceviche, anticuchos (espetinho de carne com vegetais)
Líbano
Tabule, humus, quibe