TURISMO-AMÉRICA LATINA

Peru dá mais valor ao turismo e à gastronomia locais do que o Brasil, aponta pesquisa

Em toda a América Latina, os peruanos são os mais orgulhosos da sua gastronomia (apontada por 63% da população) e do turismo atrativo (63%), quando questionados sobre as características locais mais fortes do país.

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Já 56% dos mexicanos acreditam que as suas tradições destacam o país em âmbito mundial. Enquanto isso, pouco mais de um terço dos brasileiros (37%) indicam a "agricultura avançada" como um valor relevante da sua identidade -depois de turismo (47%) e gastronomia (43%).

Das cinco características mais valorizadas pelos países da região -turismo, gastronomia, tradição, influência cultural e agricultura avançada-, somente esta última é mais relevante para os brasileiros do que para a média dos países.
Estes são alguns dos principais resultados do estudo "Tomorrow's Consumer - Sociedade 5.0 Latam" (Consumidor do Futuro - Sociedade 5.0 América Latina), realizado pela Mosaiclab, empresa do grupo Gouvêa especializada em inteligência de mercado, em parceria com a Offerwise, voltada a pesquisas de mercado na América Latina.
O levantamento foi feito em setembro com 4.930 consumidores com mais de 18 anos, em 14 países latino-americanos: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai, Equador, Guatemala, Venezuela, Paraguai, Costa Rica e Panamá.

Do ponto de vista social, apenas o Uruguai destaca com mais força características como qualidade da saúde (41%), qualidade educacional (33%) e qualidade social (30%).

Entre as prioridades de desenvolvimento para os próximos dez anos, os latino-americanos apontam segurança (63%), qualidade de saúde (61%) e qualidade educacional (58%).

Venezuela (73%) e Colômbia (70%) são as nações mais preocupadas com segurança. Qualidade da saúde é um tema fundamental também para os venezuelanos (71%), bolivianos (66%) e colombianos (66%). Já atingir uma educação de qualidade é o mais relevante para guatemaltecos (66%) e venezuelanos (66%).

No Brasil, 62% da população apontaram como prioridade segurança, 61% qualidade de saúde e 58% qualidade educacional.

Existe um fosso entre o que os países consideram como prioridade para o desenvolvimento nos próximos anos e o quanto essas mesmas características representam o país.

Questionados sobre quanto tempo o país demoraria para se tornar uma "sociedade 5.0", mais desenvolvida com relação ao consumo e à qualidade de vida, 54% dos latino-americanos acreditam que este patamar deve demorar mais de 20 anos para ser alcançado. Para 27%, essa sociedade deve ser atingida entre 10 e 20 anos, enquanto 14% acreditam estar "no meio do caminho".

Em relação às categorias com maior potencial de consumo nos próximos dez anos, 47% dos latino-americanos apontaram roupas, calçados e acessórios (categoria indicada por 43% dos brasileiros), 45% viagens nacionais (44% no Brasil), 42% disseram eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (43% no país), e 41% apontaram internet (mesmo percentual no Brasil).

Já no que se refere aos principais problemas a serem enfrentados nos próximos dez anos, os entrevistados apontaram corrupção, pobreza e insegurança. Os mais preocupados com corrupção são Colômbia (61% da população) e Guatemala (61%), enquanto a pobreza aflige mais os colombianos (55%) e os uruguaios (54%). Já a violência é a principal preocupação da Argentina (54%) e do Equador (54%).

No Brasil, 50% apontam corrupção, 49% pobreza e 48% insegurança.