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Bancos lucram R$ 62 bi no 1º semestre, e rentabilidade volta a nível pré-Covid

Em 2020, sob os efeitos da crise sanitária, as instituições financeiras tiveram queda de 26% no lucro líquido

Em 2020, sob os efeitos da crise sanitária, as instituições financeiras tiveram queda de 26% no lucro líquido - Agência Brasil

Os bancos registraram lucro líquido R$ 62 bilhões no primeiro semestre de 2021, aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com relatório publicado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (18), a rentabilidade do sistema financeiro voltou ao nível pré-pandemia de Covid-19.

"Os resultados tendem a seguir melhorando com o avanço da vacinação e com a recuperação da atividade econômica, mas as incertezas do atual momento econômico seguem acima do usual. Uma recuperação mais lenta da atividade pode prejudicar o cenário para a rentabilidade do sistema à frente", diz o estudo.
O volume é 3% acima do observado no primeiro semestre de 2019.

Em 2020, sob os efeitos da crise sanitária, as instituições financeiras tiveram queda de 26% no lucro líquido. No período, os bancos embolsaram R$ 88,6 bilhões, contra R$ 119,7 bilhões em 2019, diferença de R$ 31,1 bilhões.


"Após queda significativa no primeiro semestre de 2020, a rentabilidade do sistema recuperou-se e retornou aos níveis pré-pandemia. As despesas com provisões [reserva para cobrir calotes] se reduziram e devem se estabilizar próximo dos patamares atuais", afirma o documento.

O BC alerta, no entanto, que "apesar de as perspectivas serem mais favoráveis, riscos permanecem no horizonte".

"A margem de crédito pode se beneficiar de um mix mais rentável à frente, mas deve ficar pressionada pela alta da Selic no curto prazo. As receitas com serviços seguem se recuperando, e os custos estão sob controle", ressalta.

Para a autoridade monetária, a redução das alíquotas de tributos sobre o lucro, caso aprovada na reforma tributária, terá impacto negativo no curto prazo, mas será benéfica no longo prazo.

O BC ressalta que as operações de crédito repactuadas durante a pandemia tiveram desempenho melhor que o previsto.

"Desde o início da crise, 30% da carteira de crédito doméstica foi repactuada. Do valor total das operações repactuadas, 69% já se encontravam curadas em junho de 2021 e retornaram ao fluxo normal de pagamentos. A interrupção na queda do saldo não curado observada nos últimos meses é fruto de recente aumento nas repactuações, ocorridas sem incentivo regulatório, especialmente em crédito imobiliário", destaca.

Segundo o relatório, as receitas de serviços continuam se recuperando, e os custos seguem sob controle. "Desde meados de 2020, as rendas com serviço vêm se recuperando do impacto da pandemia de forma consistente. No curto prazo, a demanda por serviços bancários deve continuar se beneficiando da melhora da atividade econômica", afirma.

"Mesmo com a alta da inflação nos últimos meses, os bancos têm conseguido manter os custos sob controle. Nos últimos doze meses [até o primeiro semestre], as despesas administrativas cresceram 6,13%, enquanto a inflação medida pelo IPCA foi de 8,35%", ponder