ONU lança programa de financiamento para apoiar a economia afegã
De acordo com o chefe da PNUD, o país não só enfrenta uma convulsão política, mas "também assistimos a uma implosão econômica"
A ONU lançou na quarta-feira (20) um programa de financiamento com o objetivo de injetar liquidez no Afeganistão para evitar o colapso de sua economia, sobretudo por meio de apoio a microempresas.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou esse fundo, graças ao qual os governos agora podem canalizar fundos para o Afeganistão por meio de programas específicos de apoio à economia afegã estabelecidos pelas Nações Unidas.
Numa coletiva de imprensa em Genebra, o chefe do PNUD, Achim Steiner, sublinhou que o país não só enfrenta uma convulsão política, mas "também assistimos a uma implosão econômica".
O Talibã derrubou o governo afegão apoiado pelos Estados Unidos em meados de agosto, após vinte anos de conflito, e estabeleceu um emirado islâmico.
Desde então, o país enfrenta uma escassez de dinheiro. O Talibã, sujeito a sanções internacionais, não tem fundos para administrar os bancos e pagar os salários. E Washington congelou as reservas do banco central afegão.
A economia afegã continua em situação precária, os preços dos alimentos estão subindo e o desemprego disparou.
De acordo com uma avaliação rápida publicada no início de setembro pelo PNUD, cerca de 97% da população do país está em risco de pobreza extrema se uma solução urgente não for fornecida para as crises política e econômica do país.
No primeiro ano, o mecanismo lançado pelo PNUD deve arrecadar cerca de 667 milhões de dólares para ajudar 4,5 milhões de pessoas.