Assange 'está mal' antes de audiência em apelação sobre extradição
A parceira de Julian Assange, Stella Moris, disse nesta segunda-feira (25) que o fundador do WikiLeaks está "muito mal" antes da audiência, na quarta-feira (27), sobre o recurso dos Estados Unidos contra a rejeição de sua extradição.
"No sábado passado, vi Julian na prisão de Belmarsh", disse Stella Moris durante uma entrevista coletiva perto de Londres. "Ele parecia muito mal".
"Esperamos que seja o fim" de tudo isso, declarou Moris, advogada de Assange que se tornou sua parceira, antes da audiência marcada para quarta e quinta-feira.
"Julian não sobreviveria a uma extradição, essa é a conclusão da magistrada", continuou Moris, considerando "aterrorizante" a possibilidade de reverter a decisão de não extradição.
Em janeiro, a juíza britânica Vanessa Baraitser rejeitou o pedido de extradição de Assange, que é exigido pela justiça americana pelo vazamento maciço de documentos, ante a possibilidade de suicídio. Nos Estados Unidos, ele pode ser condenado a 175 anos de prisão, em um caso descrito por seus defensores como político e de atentado à liberdade de expressão.
A diretora de campanhas internacionais da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Rebecca Vincent, destacou que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, perdeu a oportunidade de "se distanciar de seus antecessores" e pediu, como todos os apoiadores do fundador do WikiLeaks, que as acusações contra Julian Assange sejam retiradas.
O editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, disse que é "impensável que a Suprema Corte de Londres chegue a uma conclusão diferente de confirmar" a negação da extradição.
Em sua apelação, Washington questiona a confiabilidade de um especialista que testemunhou a favor de Assange sobre a fragilidade de sua saúde mental atual.
De fato, o psiquiatra Michael Kopelman reconheceu que enganou a justiça ao "esconder" o fato de que seu cliente se tornou pai durante seu confinamento na embaixada do Equador em Londres.