ESPAÇO MULHER

Literatura de Cordel é usada por mulheres evangélicas para falar sobre Igualdade de Gênero

A cordelista, teóloga e pastora metodista Gilmara Michael é a autora da obra

Gilmara Michael - Foto: Divulgação

A convidada desta segunda-feira (25) no quadro “Espaço Mulher”, do Programa Folha Tarde, apresentado por Patrícia Breda e veiculado pela Rádio Folha 96,7 FM, foi a escritora, poetisa, cordelista, teóloga e pastora metodista Gilmara Michael. Uma entrevista que, sobretudo, falou muito sobre o protagonismo das mulheres. Natural de Muribeca - Sergipe, Gilmara é autora de mais de 180 poemas com títulos variados. Autora do e-book “Janelas ou Nada”, coletânea bíblica de poesia da mulher.

Durante a entrevista ela explicou aos ouvintes da Rádio Folha do que se trata o coletivo nacional EIG

Gilmara Michael | Foto: Pedro Robson

 

(Evangélicas pela Igualdade de Gênero) que tem a missão de evidenciar a Igualdade de Gênero nas relações sociais, políticas e econômicas. Convidada pela organização para publicar um cordel com a ideia de apresentar uma ferramenta na luta da prevenção e enfrentamento da violência doméstica e sexista unindo religião e cultura popular, Gilmara não hesitou em aceitar e completou “a ideia era a de publicar coisas que são chocantes mesmo, mas que estão todos os dias aí acontecendo”, concluiu.

No texto, Gilmara teve a preocupação de fazer um link entre a atual violência contra a mulher, que chega ao feminicídio, com o exemplo de respeito que traz o evangelho de Jesus nos diversos episódios em que ele enaltece e valoriza a mulher, a exemplo de Maria Madalena primeira pessoa a quem Cristo apareceu após ressuscitar.

Mesmo com a criação da Lei Maria da Penha (11.340) em 2006, ainda é grande o número de mulheres que convivem com a violência doméstica, seja por medo de denunciar os agressores ou por desconhecimento dos serviços de proteção oferecidos pelo Estado. De acordo com a ONU (2013), a violência contra as mulheres pode assumir muitas formas: física, sexual, psicológica e patrimonial, cruzando até as fronteiras nacionais, como o tráfico de mulheres. As raízes desse tipo de violência decorrem da discriminação de gênero, a começar no âmbito familiar e tendo os maridos ou companheiros, como os principais agressores. A taxa atual de feminicídio no Brasil é de 26,7 para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (2010). No contexto mundial, segundo a mesma fonte, o Brasil ocupa o 7º lugar em um ranking de 84 países. Por isso, a EIG Pernambuco apresenta o Cordel cheio de vida para trazer para as mulheres um mundo cheio de esperança.