Noronha flexibiliza máscaras em locais abertos, mas outros cuidados devem ser mantidos
Higienização das mãos, uso de máscaras em locais fechados e distanciamento social são alguns cuidados necessários
A partir do dia 17 de novembro, a população e os visitantes do Arquipélago de Fernando de Noronha não vão precisar utilizar máscaras de forma obrigatória em espaços abertos sem aglomerações. A medida, anunciada pelo secretário Estadual de Saúde, André Longo, só foi possível graças ao avanço da vacinação na ilha.
Segundo o secretário, toda a população elegível está completamente vacinada. Além disso, atualmente, a entrada para visitantes no arquipélago é permitida com o comprovante de vacinação ou a testagem negativa para a Covid-19. A partir da próxima segunda-feira (1º), só será permitido desembarcar apresentando a carteira de vacinação digital com as duas doses da vacina ou a dose única.
“O último caso registrado na Ilha de Fernando de Noronha foi há mais de um mês, com sintomas leves. O último caso grave ocorreu em junho. Isso mostra que a vacina é eficaz no controle da doença”, destacou o secretário.
Vacinas salvam vidas
Ainda de acordo com o secretário, a vacina é um elemento fundamental para o controle da pandemia e para mais flexibilizações no restante do Estado.
“Se quisermos continuar avançando, precisamos acelerar a vacinação e manter os cuidados mínimos com os protocolos. Desde janeiro, quando iniciamos a imunização, 95% dos casos graves de Covid-19 no Estado foram em pacientes que não estavam com o ciclo vacinal completo. Com ciclo completo, as chances de contaminação com a forma grave da doença e de morrer são muito menores. É graças à vacina que estamos conseguindo reverter o cenário da pandemia aqui em Pernambuco e no Brasil”, acrescentou Longo.
Nas demais localidades do Estado, a flexibilização do uso de máscaras será permitida quando 80% da população elegível estiver completamente imunizada. Atualmente, Pernambuco chegou a 60% com o esquema vacinal completo. Mais de 500 mil pessoas estão com a segunda dose em atraso.
Infectologistas explicam
De acordo com o médico infectologista e chefe da triagem do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Filipe Prohaska, o momento é oportuno para testar a desobrigatoriedade da máscara na ilha.
“Noronha é uma ilha, então você tem um maior controle de entrada e de saída. No local, vem funcionando o passaporte vacinal e tem toda uma necessidade de critérios para poder entrar. Com isso, é possível fazer testes mais efetivos em Noronha para saber se é possível trazer isso também para o continente. Uma população amplamente vacinada acaba criando critérios para ir aos poucos flexibilizando e retirando a máscara. Isso é um teste, não tem como você ter certeza se vai dar certo ou não, mas é uma excelente hora para poder saber os impactos e tentar fazer isso no continente”, pontuou o infectologista.
Apesar da flexibilização em Noronha, ainda vai demorar um período para essa não obrigatoriedade em outras localidades pernambucanas, como explica o médico infectologista da Infectovita e da Interne Soluções em Saúde, Raphael dos Anjos.
“O Estado de uma maneira geral ainda não liberou dessa forma, mas estamos nos encaminhando para isso. A gente orienta a população a ter paciência, por estarmos num período de transição, ainda precisamos manter a utilização das máscaras em alguns municípios mesmo em ambientes abertos. Inicialmente estamos caminhando para a liberação em ambientes abertos e em um curto período de tempo, também para ambientes fechados”.
Cuidados continuam
Ainda segundo os infectologistas, apesar da flexibilização no arquipélago, os cuidados ainda são necessários para não regredir com os avanços, como o uso de máscara em ambientes fechados, distanciamento social e higienização das mãos e dos ambientes. A população também deve ficar atenta e evitar aglomerações e o contato com outras pessoas caso algum sintoma gripal seja identificado.