Google diz que quer condenação de Allan dos Santos por tentar enganar a Justiça após fim do canal
O YouTube, controlado pelo Google, retirou do ar o Terça Livre pela primeira vez no final de janeiro, após reiteradas infrações a regras da plataforma
Em batalha judicial com Allan dos Santos, o Google entrou com pedido de perda de objeto em relação à demanda pela reativação do canal Terça Livre após declarações do influenciador bolsonarista e de seu sócio de que ele foi encerrado.
No entanto, a empresa dona do YouTube reforça que deseja a continuidade do pedido de condenação por litigância de má-fé. Esse pleito do Google, feito na quinta-feira (14), se deu após os advogados de Santos alegarem que o Google descumpriu decisão da Justiça de SP quando tirou do ar o canal do Terça Livre no YouTube, na segunda semana de outubro.
No entanto, diz o Google, o influenciador omitiu que havia sido informado de que o motivo da exclusão havia sido a determinação de suspensão do canal por parte do Supremo Tribunal Federal e que ele havia sido informado disso.
A empresa anexou email enviado ao Terça Livre em que informa o motivo da remoção do canal.
O Google diz que Santos apresenta "postura deliberada e sistemática de falsear a verdade para induzir percepções erradas no Poder Judiciário e/ou se valer do processo para fins de agitação midiática", o que configuraria a litigância de má-fé.
Segundo a empresa, ele recorreu a manobras do mesmo tipo diversas vezes ao longo do processo.
O YouTube, controlado pelo Google, retirou do ar o Terça Livre pela primeira vez no final de janeiro, após reiteradas infrações a regras da plataforma. Santos recorreu à Justiça e desde então as partes se enfrentam no Tribunal de Justiça de São Paulo.
No começo de janeiro, o Terça Livre publicou um vídeo que apresentava alegações falsas de que fraudes teriam afetado o resultado das eleições nos Estados Unidos, nas quais Donald Trump foi derrotado. O material foi removido pelo YouTube e o canal foi advertido.
Cinco dias depois, em 12 de janeiro, o Terça Livre publicou vídeo em que Trump falava sobre o ataque ao Capitólio e, segundo os advogados, romantizava os atos de violência política. O vídeo também foi excluído pelo YouTube e o Terça Livre recebeu suspensão de sete dias.
No dia seguinte à suspensão, o Terça Livre fez live em canal alternativo, o que culminou na decisão do Google de excluí-los da plataforma. Em fevereiro, Allan recorreu ao mesmo expediente e publicou conteúdo nos canais Cortes do Terça Livre e AllanDosSantos, que então também foram retirados de circulação.